SURUBIM: 'Há pessoas bem fora do perfil, recebendo Bolsa Família", diz secretária. Mas Município ainda não tem números das irregularidades
A Prefeitura de Surubim ainda não tem um diagnóstico da situação do Cadastro do Programa Bolsa Família no Município. Embora a nova gestão já tenha identificado 'muitos beneficiários fora do perfil recebendo', ainda não há números sobre possíveis irregularidades;
"Estamos fazendo um levantamento, mas ainda não temos dados concretos. A situação do Bolsa Família é um pouco delicada, mas vamos tratar tudo com muita transparência. A população mais vulnerável precisa ser priorizada. É coisa séria, pessoas bem fora do perfil recebendo, inclusive funcionários, outros com cadastros incompletos, por exemplo", afirma a secretária de Assistência Social, Penélope Andrade.
De acordo com a secretária, muitas pessoas omitem informações ao realizarem o Cadastro Único para terem acesso ao programa. "Há pessoas que omitem a existência de membros da família ou quem não informam a renda do marido, por exemplo, para se encaixar no perfil e poder receber o benefício", constata.
A secretária esclarece que os benefícios são pagos às famílias abaixo da linha de pobreza, e cada município recebe uma cota do Ministério do Desenvolvimento Social, que pode ser variar a cada mês, até porque pessoas entram ou saem do programa. "Em Surubim temos mais de 100% da nossa 'cota', ou seja, mais famílias recebendo do que indicam os dados do MDS para famílias pobres", aponta.
Com menos de um mês no cargo, a equipe começou a analisar detalhadamente o cadastro dos beneficiários, mas ainda não tem data prevista para concluir este trabalho. "Estamos em período de pagamento de benefícios, então o volume aumenta consideravelmente. recebemos, periodicamente, uma listagem para averiguação cadastral, do governo Federal, então vamos verificando um a um, mas ainda não temos previsão de quando vamos concluir, porque nossa equipe é reduzida e o atendimento no Bolsa Família não para", completa.
Hoje, Surubim recebe 9.148 benefícios do Bolsa Família, que juntos, injetam quase R$ 2 milhões na economia do Município.
É uma vergonha que, em uma cidade pobre, a exemplo de Surubim, o Bolsa Família, um importante amparo social para pessoas mais carentes, financiado pelo dinheiro de todo cidadão, tenha falhas e deixe de atender, de fato, a quem mais precisa. É inadmissível. Permitir qualquer irregularidade é trair a solidariedade fiscal do cidadão que paga imposto, e fica satisfeito ao ver parte desse dinheiro socorrer quem não tem amparo social do Estado.
Já passou do programa ter uma gestão de fato transparente, com envolvimento direto da sociedade civil organizada, a exemplo das pastorais, igrejas, centros espíritas, OAB e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, por exemplo.
BOA NOTÍCIA - a Secretaria de Assistência Social está ampliando o número de famílias atendidas pelo programa Leite de Todos de 137 para 300. O cadastramento começa na próxima semana. Ainda de acordo com a secretária Penélope Andrade, os detalhes serão divulgados em breve.
Da Redação.