sexta-feira, 12 de maio de 2017

'Dilma Bolada' recebeu R$ 200 mil durante campanha, diz delatora

Valor teria sido pago para que o publicitário Jefferson Monteiro reativasse a página 'Dilma Bolada' e continuasse com publicações positivas para Dilma
Publicado em 11/05/2017, às 19h58
A delatora afirmou ainda que os 1,4 milhões de seguidores da página
A delatora afirmou ainda que os 1,4 milhões de seguidores da página "Dilma Bolada" seriam uma excelente vitrine para a campanha de Dilma
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR
JC Online
Com informações de Agências
A publicitária Mônica Moura, uma das delatoras da Operação Lava Jato, afirmou que realizou um pagamento de R$ 200 mil como dinheiro de caixa 2 para o também publicitário Jefferson Monteiro, criador do perfil "Dilma Bolada". Segundo Moura, o dinheiro foi pago a pedido de Edinho Silva, coordenador da campanha de Dilma Rousseff para as eleições de 2014, para que a página "Dilma Bolada" fosse reativada no Facebook durante a campanha para postar informações favoráveis ao governo da petista.
A delatora afirmou ainda que os 1,4 milhões de seguidores da página "Dilma Bolada" seriam uma excelente vitrine para a campanha. No entanto, Monteiro teria retirado a página do ar em julho, no meio da campanha eleitoral, algo que teria irritado Dilma Rousseff. Moura, então, afirmou que foi procurada por Edinho Silva para "resolver este problema", pagando a quantia para que a página fosse retomada.
O dinheiro foi entregue em espécie para Monteiro no dia 29 de julho. "Mônica comentou com Edinho Silva que estava realizando esse pagamento como "um ato de boa vontade, pois o contrato da Polis (agência de publicidade que pertence a Mônica Moura e João Santana, outro delator da Lava Jato) não previa este tipo de responsabilidade", diz o texto onde consta a delação premiada da publicitária.

Mônica Moura também teria arcado com outros custos da campanha

O mesmo documento da delação premiada afirma ainda que outros favores pessoais foram realizados por Mônica Moura e João Santana para Dilma Rousseff. O casal teria arcado com os custos de um cabelereiro pessoal da ex-presidente, promovendo o pagamento de serviços até mesmo depois do encerramento da campanha eleitoral. O cabelereiro teria sido pago até o final de 2014 e recebido até R$ 50 mil.


Defesa

O publicitário Jefferson Monteiro, por meio de seu perfil no Facebook, negou que tenha recebido a quantia de Mônica Moura. Ironizando as acusações sobre supostos recebimentos que teriam sido direcionados a ele, o publicitário afirmou: "Alguém, por gentileza, me avisa onde que tenho que retirar a quantia porque estou com o aluguel atrasado e o telefone cortado", escreveu.
LAVA JATO

Lula e Dilma sabiam de pagamento via caixa 2, diz João Santana em delação

Enquanto presidente, segundo o depoimento, Dilma ainda teria recebido pedido da Odebrecht para frear a Lava Jato
Publicado em 11/05/2017, às 15h37
Por volta de outubro ou novembro de 2014, com o avanço das investigações da Lava Jato, Dilma teria mencionado a João Santana que Marcelo Odebrecht estava lhe mandando recados sobre os pagamentos / Foto: AFP
Por volta de outubro ou novembro de 2014, com o avanço das investigações da Lava Jato, Dilma teria mencionado a João Santana que Marcelo Odebrecht estava lhe mandando recados sobre os pagamentos
Foto: AFP
JC Online
Atualizada às 17h35
O ex-marqueteiro petista João Santana alegou, em delação premiada firmada com o Ministério Público, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseffsabiam que as dividas da campanha de 2010 seriam pagas via caixa 2 pela empreiteira Odebrecht. O documento com o conteúdo do depoimento prestado pelo marqueteiro foi tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, responsável pela Lava Jato.
Segundo o depoimento, havia uma dívida do PT com Santanaem cerca de R$ 10 milhões. O assunto foi levado por Mônica Moura a João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido, que conseguiu quitar parte do débito por meio dos empresários Eike Batista e Zwi Skornicki, que confessou ao MPF ter pago 4,5 milhões de dólares à João Santana, como caixa 2 da campanha de Dilma.
Em 2014, o pagamento dos débitos ainda não tinha sido saudado. Em uma das reuniões periódicas que mantinha com Dilma, no Palácio do Alvorada, foi dito pela então Presidente da República a Santana que ele não precisaria se preocupar com os pagamentos das dívidas passadas e os pagamentos referentes à campanha de reeleição. Na ocasião, a petista, segundo a delação, confirmou que os assuntos passariam a ser tratados por Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. "Fique tranquilo que tudo será resolvido, rapidamente, em relação a esta dívida, E o que estamos planejando vai permitir, inclusive, pagarmos uma parte antecipada da campanha deste ano", teria dito Dilma.
Por volta de outubro ou novembro de 2014, com o avanço das investigações da Lava Jato, Dilma teria mencionado a João Santana que Marcelo Odebrecht estava lhe mandando recados de que teria financiado suas campanhas mediante pagamentos para João Santana no exterior, por meio da Shellbill. Os recados foram passados, segundo a delação, para que Dilma buscasse frear a Operação Lava Jato.


A então presidente perguntou ao marqueteiro se tais recebimentos foram feitos de "forma segura", ao que João Santana disse que sim, afirmando que tais contas não estavam em seu nome. O que confirmaria a ciência de Dilma sobre pagamentos ilegais.

Lula

Sobre Lula, Santana informou no depoimento, que tratava de pagamentos via caixa 2 desde 2008. O intermediário dos pagamentos nesse caso era o então ministro Antonio Palocci, apelidado de "italiano". Os pagamentos via caixa dois, nesse ano, foram feito pela Odebrecht. O patriarca da empreiteira, Emílio Odebrecht, teria acertado tudo com Palocci, conforme o depoimento.
No final daquele ano, no final da campanha presidencial de Mauricio Funes, em El Salvador, faltou verba para comprar espaço publicitário nas tvs locais. Como o pedido para que João Santana realizasse a campanha havia sido feito por Lula, o que fez com que o marqueteiro voltasse ao Brasil e comunicasse o problema diretamente ao petista. Lula então teria dado o telefone de Emílio Odebrecht, pedindo que João ligasse em seu nome, assegurando que o patriarca da Odebrecht iria resolver o problema.

Defesa

Em nota, a assessoria de Dilma lamentou que o vazamento dos depoimentos de Mônica e Moura e João Santana tenham sido liberados somente nesta quinta-feira (11), visto que a defesa já havia solicitado a quebra do sigilo. A nota ainda alega que os marqueteiros prestaram "falso testemunho" e "faltaram com a verdade".

FONTE NE10

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Confira os vídeos com o depoimento do ex-presidente LulaOs vídeos foram divulgados cerca de uma hora após o fim do depoimento de Lula.

Publicado em: 10/05/2017 20:09 Atualizado em: 10/05/2017 22:37

Após quase cinco horas, terminou o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tomado pelo juiz federal Sérgio Moro, na sede da Justiça Federal de Curitiba (PR). Foi a primeira vez que Lula ficou frente a frente com o juiz responsável pelos casos em primeira instância da Operação Lava-Jato.

Assista aos vídeos do depoimento:
 
 


















FONTE DIÁRIO DE PERNAMBUCO.

Moro abriu depoimento dizendo que não tem desavença pessoal com Lula

Moro disse que estava ali para ouvir Lula e proferir um julgamento ao final do processo
Publicado em 10/05/2017, às 20h55
O juiz avisou também a Lula que não haveria nenhuma possibilidade de o ex-presidente ser preso durante o depoimento / Reprodução
O juiz avisou também a Lula que não haveria nenhuma possibilidade de o ex-presidente ser preso durante o depoimento
Reprodução
Estadão Conteúdo
Com informações da Agência Brasil
Ao falar na abertura do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz Sérgio Moro disse que não tem desavença pessoal com o ex-presidente e frisou que a acusação é feita pelo Ministério Público Federal.
"Eu queria deixar claro em que pesem algumas alegações nesse sentido, da minha parte eu não tenho qualquer desavença pessoal em relação ao senhor ex-presidente. O que vai determinar o resultado desse processo no final deste processo são as provas que vão ser colecionadas e a lei", disse Moro. "Eu estou aqui para ouvi-lo e para proferir um julgamento ao final do processo", completou o juiz.
O juiz avisou também a Lula que não haveria nenhuma possibilidade de o ex-presidente ser preso durante o depoimento e que haveria perguntas difíceis, o que é "natural do ato judicial". "O objetivo é esclarecer a verdade e 'oportunizar' que o senhor tenha uma resposta para cada pergunta".
"Para quem quer falar a verdade não tem pergunta difícil", respondeu Lula.
O depoimento começou com perguntas do juiz, seguido da assistência da acusação e dos procuradores do Ministério Público Federal. Em seguida, houve um intervalo. O interrogatório foi retomado e Moro voltou a fazer perguntas. Depois, os advogados de Lula apresentaram alguns questionamentos. E por último, o ex-presidente fez suas alegações finais. Após depor, o ex-presidente participou de ato na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, onde estavam concentrados manifestantes que apoiam Lula.

Sobre a acusação contra Lula

Lula foi interrogado por cerca de cinco horas na ação penal sobre o caso triplex. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.


As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

VISITAS DE LULA

O ex-presidente disse que visitou o edifício com a ex-primeira-dama Marisa Letícia que lá encontrou "500 defeitos no apartamento", sem no entanto afirmar ter orientado uma reforma para uma compra posterior.
Depois, Moro fez referência a uma segunda visita de Marisa Letícia ao local onde fica o apartamento citado na ação. O petista disse que não tinha certeza.
"Me parece que ela esteve lá, sim. Soube pelo meu filho. Não saberia dizer o que ela foi fazer lá. Mas certamente dizer que esse apartamento era inutilizado por mim, porque, como figura pública, eu só poderia frequentar aquela praia às segundas-feiras ou na quarta-feira de cinzas", falou Lula.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Justiça Federal determina suspensão das 

atividades do Instituto Lula

Publicado por Cássio Oliveira em Notícias às 19:13
A Justiça Federal do Distrito Federal determinou no último dia 5 de maio a suspensão das atividades do Instituto Lula em decisão tomada no âmbito da ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Segundo informações do UOL, o juiz substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Ricardo Augusto Soares Leite, disse que, pelo teor do depoimento dado por Lula à Justiça, verificou que a sede do instituto pode ter sido “instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpretação de vários ilícitos criminais”.
Segundo a JF do DF, a diretoria da 10ª Vara enviou apenas nesta terça-feira (9) a carta precatória para que a Justiça Federal de São Paulo cumpra a decisão.
Ainda segundo o UOL, a decisão ocorreu a pedido do MPF (Ministério Público Federal), que apresentou pedidos de outras diligências aceitas pelo juízo.
Sediado na rua Pouso Alegre, no bairro do Ipiranga, na capital paulista, o Instituto Lula foi inaugurado em 2011, ao término do segundo mandato do ex-presidente.
09/MAIO
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Reforma da Previdência é aprovada em comissão e texto segue para o plenário da Câmara

Publicado por Cássio Oliveira em Notícias às 21:17
Da ABr – A Comissão Especial da Reforma da Previdência concluiu na noite desta terça-feira (9) a votação dos destaques ao relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA). Agora, o texto está liberado para ser levado ao plenário da Câmara. A expectativa é que a votação ocorra nos dias 24 e 31 de maio, em dois turnos.
A sessão de hoje da comissão começou pouco antes das 11h e terminou por volta de 20h20. No total, foram apreciados 10 destaques remanescentes da reunião anterior, encerrada após a invasão do plenário da comissão por um grupo de agentes penitenciários que protestava contra o relatório de Maia.
Por causa do tumulto na sessão na semana passada, a votação de hoje ocorreu em meio à segurança reforçada na Câmara. O prédio foi cercado por grades e o esquema teve a participação de policiais militares, do Batalhão de Choque e da Força Nacional de Segurança.
Com exceção de um destaque, a orientação do governo foi para que a base aliada rejeitasse todos os adendos, sob a justificativa de finalizar a votação o texto sem grandes modificações. A única alteração aprovada por todos os partidos com representação na comissão é a que devolve à Justiça estadual a competência para julgar casos relacionados a acidentes de trabalho e aposentadoria por invalidez.
Todos os destaques do PT foram rejeitados. O partido queria eliminar as mudanças no acesso aos benefícios assistenciais, entre eles o Benefício de Prestação Continuada (BCP).
Os deputados também rejeitaram um destaque apresentado pela bancada do PSB, que queria garantir que servidores que começaram a contribuir até 2003 tivessem a aposentadoria com 100% do valor do salário no último cargo que ocuparam, além de terem reajuste equivalente ao dos servidores ativos.
O relatório de Maia diz que a integralidade do salário só será garantida se o servidor atingir 65 anos (homem) e 62 anos (mulher) e o tempo mínimo de 25 anos de contribuição.
Também foi rejeitado um destaque semelhante, apresentado pela bancada do PDT, mas que tratava apenas dos servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003. Com o acréscimo, o partido queria que esses servidores tivessem a aposentadoria com 100% do valor do salário no último cargo que ocuparam.

MUDANÇAS NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Foto: Divulgação
A discussão em torno das mudanças nas regras para os servidores federais ocupou boa parte da sessão. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) disse que o texto apresentado por Maia piorava a proposta do governo. “O que está sendo votado aqui é o texto do governo, não é nenhum texto da oposição. Na verdade, ninguém está inventando texto nenhum, é o texto do governo que está sendo trazido de volta para o relatório”, disse.
O vice-líder do DEM, partido da base aliada, Pauderney Avelino (DEM-AM), disse que o partido votaria conforme orientação do Palácio do Planalto, mas reconheceu a necessidade de ajustar o texto. “Estamos trabalhando no sentido de fazer com que os servidores, o Ministério Público, o Judiciário, para que possamos apresentar uma proposta de solução para quem entrou no serviço público até 2003”, disse. “Neste momento, pelo fato de estarmos construindo com os servidores. Agora o voto é não, mas a construção será feita no plenário da Câmara”, disse.
A medida foi apoiada pelo líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), com a mesma ressalva. Tripoli orientou o partido a votar contra os destaques, mas disse que ia esperar uma adequação do texto no plenário da Casa. “Encaminhamos ‘não’ na certeza de que o presidente [do colegiado, Carlos Marun (PMDB-MS)] e o relator vão continuar negociando e que vamos chegar no plenário com uma forma consistente de transição”, disse.

Comissão rejeita referendo popular sobre a reforma da Previdência

A última votação foi de um destaque apresentado pelo PSOL que propunha a realização de uma consulta à população sobre a validade da reforma. O destaque estabelecia que, em caso de aprovação da proposta no Congresso, o texto deveria passar por um referendo, instrumento previsto na Constituição e pelo qual a população vota pela aprovação ou rejeição de medidas propostas ou aprovadas pelo Parlamento.
“Hoje a Casa está cercada pela polícia e isso foi um mau momento do Congresso Nacional. A soberania popular é a coisa mais importante que temos. Não acredito que os parlamentares desta casa tenham receio [do referendo] e que, em se tratando da vida de mais de 140 milhões de pessoas, a população não devam ser consultadas”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
O líder do PV, Evandro Gussi (SP), se manifestou contra o destaque. Segundo o deputado, os parlamentares estão consultando a população antes de se posicionarem nas votações. “Aprendi a respeitar, mesmo antes de vir para o Parlamento. Foi justamente o voto popular e a soberania do voto popular e daí o valor da democracia representativa e o respeito às prerrogativas parlamentares, pois não chegamos aqui por nossa própria vontade, pela imposição, chegamos pela vontade dos cidadãos e cidadãs brasileiras”, disse o deputado.
Valente rebateu o colega e disse que o referendo só seria colocado em prática se a reforma fosse aprovada. O deputado lembrou que o Executivo já tem realizado propagandas favoráveis às mudanças na aposentadoria. “Somente em sendo aprovada a reforma é que vamos ouvir a população. O governo está fazendo propaganda todo dia a favor da reforma, porque não podemos escutar o povo”, acrescentou.
O destaque do PSOL sobre o referendo foi derrubado por 21 votos a 14.
Próximo passo
O presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), disse que é possível que a comissão agende um novo encontro amanhã (10) para complementar a redação da ata da reunião que foi suspensa depois da invasão dos agentes penitenciários e verificar o texto final do substitutivo.
O texto será levado a plenário depois de publicação no Diário Oficial da Câmara e de respeitado o interstício de duas sessões, o que deve ocorrer somente a partir da próxima semana.