Após troca de comandos, secretário defende respostas “duras” a movimentos de PMs
Após a troca do comando da Polícia Militar a uma semana do carnaval e em meio a uma crise entre o governo e a corporação, o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Ângelo Gioia, defendeu nesta sexta-feira (17) que os PMs não têm direito de fazer movimentos grevistas e negou que as reclamações das associações sobre o comando tenham interferido na mudança. “Forças policiais não podem fazer greve. Ninguém tenha dúvida de que o Estado estará duro com quem apostar no caos”, afirmou o gestor. “Não reconheço essas pessoas como representantes de nada nem de ninguém. Jamais pautariam ações do Governo do Estado.”
O secretário ainda rebateu as críticas de que não houve diálogo com a categoria durante a negociação do reajuste. “Houve um esgarçamento na questão da hierarquia e da disciplina que já foi restabelecida sob o comando do governador”, disse, no momento em que a oposição questiona a postura de liderança do governador Paulo Câmara (PSB) no combate à violência. Em dezembro, a gestão desfez a mesa de negociações que levava as associações para o contato com o governo nesse processo, deixando a responsabilidade com o comandante, que era então Carlos D’Albuquerque.
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Segundo Gioia, o agora ex-comandante da PM pediu para deixar o cargo por motivos pessoais. Quem assume no lugar dele é o coronel Vanildo Maranhão, que era diretor das Especializadas da Polícia Militar.
O secretário defendeu o perfil “operacional” do novo comandante, que terá a nomeação registrada no Diário Oficial deste sábado (17). “Ele está em um momento muito bom de comando, muito disposto a estar à frente, a liderar a Polícia Militar; conhece muito bem o Pacto pela Vida, porque estamos no mesmo ambiente; e também, pela posição de diretoria, ele fez interface com esse grupo de coronéis, então ele tem memória boa com tudo o que aconteceu e facilita na tomada de decisões. Eu, que cheguei aqui, precisei de um tempo para análise, para avaliação, que ele não precisará”, disse Gioia sobre Maranhão. Quem assume o subcomando é o coronel André Cavalcanti, atual comandante do Estado-Maior da PMPE.
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D’Albuquerque foi o responsável por conduzir a negociação do reajuste sancionado pelo governador Paulo Câmara (PSB) nessa quinta-feira (16). Os aumentos concedidos foram alvo de insatisfação da categoria e fizeram com que eles prometessem ampliar a “operação padrão”, realizada há mais de dois meses.
Apesar da resposta da tropa ao reajuste, o secretário afirmou que a situação está sob controle – “não no cenário ideal, mas dentro da normalidade”, disse. Além disso, Gioia ironizou a mobilização, dizendo que ‘operação padrão’ é a ação natural da PM, e negou as denúncias feitas pelos policiais de que há coletes à prova de balas vencidos e viaturas irregulares.
Polícia Civil
Além da troca do comando da Polícia Militar, a pedido de D’Albuquerque, Gioia decidiu exonerar o chefe da Polícia Civil, que era Antônio Barros há cerca de dois anos. O delegado Joselito Amaral, atual diretor da Área Integrada Metropolitana, será o substituto dele. O secretário alegou que era necessário oxigenar o órgão. “Buscamos uma investigação mais qualificada sobre os grupos de extermínio”, disse.