sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Presídios de Pernambuco registraram 43 mortes em 2016

Foram apreendidas 50 armas de fogo e 3,2 mil armas brancas no ano, além de 145 quilos de droga e 2,7 mil celulares
Publicado em 12/01/2017, às 21h28
Juiz João Carvalho diz que quem comanda os presídios são os presos / JC Imagem
Juiz João Carvalho diz que quem comanda os presídios são os presos
JC Imagem
Cidades

A falta de controle do Estado sobre suas unidades prisionais,denunciada em entrevista do ex-juiz da Vara de Execuções Penais Luiz Rocha, pode ser comprovada em números. Com 60% das guaritas externas de segurança desativadas, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp-PE), armas e drogas entram facilmente nos presídios, de onde foram recolhidas 50 armas de fogo, 3.205 armas brancas, 145 quilos de drogas e 2.736 celulares, em 2016. Os números ainda indicam que já há um lento massacre no Estado, com 43 mortes no sistema no ano passado.
Em entrevista dada ontem pela manhã à Rádio Jornal, o juiz – hoje na Vara da Fazenda – disse que a ausência do Estado é quase uma regra no País e propiciou o surgimento das facções criminosas que estão dominando o sistema penitenciário. “A suposta tranquilidade que está dentro do sistema prisional ainda se deve a esse controle paralelo que é exercido pela criminalidade”, declarou.
O magistrado classificou como “ignorância” simplesmente largar os criminosos dentro dos presídios, sem qualquer controle, pois eles vão voltar para o convívio social. Por isso, acredita, só abrir mais vagas também não resolve o problema. “O Estado tem que ter o controle das unidades prisionais. Isso se faz através de agentes penitenciários dentro da unidade. Não adianta você ter lugar para colocar o preso mas não ter a disciplina, a orientação, o controle. É o mesmo que deixar as ruas sem policiamento. Sempre vai existir um dono do pedaço, um chaveiro, um xerife. Você tira um aparece outro”.
Ao falar sobre a política de encarceramento do País, o juiz observou que o número de presos mais que dobrou nos últimos anos do Pacto pela Vida. Mas avaliou que a superlotação não é o problema. “Se a superlotação fosse o problema os presos estavam se rebelando por conta de falta de condição, mas o fato não é esse. Os presos estão se rebelando por conta de negócios. Estão se rebelando por interesse no mercado criminal do tráfico de drogas. Esta é a razão do presídio do Amazonas que a população precisa entender”.
Com relação à responsabilidade do judiciário sobre o tema, o juiz afirmou que para julgar os presos provisórios (são 59%) a Justiça também precisa de estrutura, pois há juízes produtivos e reconhecidos internacionalmente. "Estou saindo da primeira Vara de Execução Penal porque cansei, você trabalha remando contra tudo e todos, tive dificuldade dentro do meu próprio tribunal. Vejo as unidades prisionais sucateadas, entregues à autogestão. Quem comanda dentro do Estado é o preso".

NOTA DE REPÚDIO

O Sindasp divulgou nota de repúdio às declarações do governador Paulo Câmara de que haveria facilitação dos servidores na entrada de drogas na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR), onde foi gravado um vídeo com as presas em uma festa bebendo e usando maconha e cocaína. Na nota, pede respeito aos agentes, diz que em alguns plantões fica um agente para cuidar de 200 detentos e chama o governo a apresentar nomes de servidores envolvidos no crime, em vez de generalizar.
Por meio de nota, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) afirmou que “todas as sindicâncias abertas em 2016 estão em andamento”, sem apresentar números.

FUGA

Ontem de madrugada, mais uma fuga foi registrada. Quatro presos quebraram a parede do pavilhão com uma prateleira em concreto e fugiram do Presídio de Tacaimbó, no Agreste, sendo recapturados em seguida. A unidade foi construída em abril de 2016 e é considerada de segurança máxima.
Confira a nota na íntegra:

Servidores não podem ser culpados pela irresponsabilidade do Governo de Pernambuco

É recorrente a estratégia do Governo do Estado de Pernambuco de colocar a culpa nos servidores públicos do sistema penitenciário lotados em presídios toda vez que o sistema prisional caótico no Estado dá sinais de explosão e descontrole. O Sindasp-PE (Sindicato dos Agentes dos Agentes de Segurança Penitenciária e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco) repudia com veemência acusações incriminatórias à honra dos servidores lotados nos Presídios de Pernambuco. Para a direção do sindicato, quem deveria ser investigado são as autoridades que sabem dos problemas decorrentes que tem os presídios e por não efetivar ações que reduziriam o caos no sistema em Pernambuco.

Anteriormente, o SINDASP-PE denunciou os problemas de explosões nos muros dos presídios. Em certa situação chegaram a querer colocar o entendimento como membros da categorias quisessem provocar o caos. Entretanto, a Diretoria do Sindicato comprovou nas denúncias quem realmente estava por trás dos problemas, ou seja, membros de facções, quando apresentou o ofício da 2ª seção, que demonstrava os supostos autores que estavam liderando o caos no Sistema. Lembrando que o Estado tinha o conhecimento e só procurou solucionar, após ser colocado tal documento na mídia.

Portanto, beira o absurdo "desconfiar" da participação de servidores de forma generalizada na festa da Colônia Feminina do Recife ou dentro de todas Unidades Prisionais, quando nas Palavras  do Governador Paulo Câmara publicada na mídia jornalística, cita o seguinte:
“Claro que tem facilitação dos próprios servidores do Estado, que permitem a entrada de armas, drogas, álcool, isso não pode ser admitido. Agora, medidas como essas serão devidamente punidas, os autores serão identificados e os facilitadores também

O Sindicato repudia veemente  esta declaração e combate com a seguinte posição:

1. O Sistema Penitenciário é formado por servidores que se dedicam arduamente as suas funções mesmo contra a super população carcerária, falta de efetivo e condições de trabalho mínmas. Caso exista, algum servidor que tenha realizado qualquer delito que se apresente os nomes e não levar a desconfiança para a Sociedade que os servidores públicos realizaram tal fato. Esta declaração, apresenta-se de forma generalizada, devendo-se respeitar os servidores honestos, que labutam com honra dentro do Sistema Penitenciário, e não apresentar acusação de forma generalizada;

2. O Sindasp-PE vem denunciando ao Governo do Estado que, de um total de 60% (sessenta por cento) de guaritas de segurança externa estão desativadas nas unidades prisionais. Na unidade da Colônia Feminina do Recife segundo informações está em situação pior, ou seja, na faixa de 80% (oitenta por cento) desativada. Isto é facilitador para entrada de drogas e armas;


3. O efetivo de Agentes Penitenciários por plantão na Colônia Feminina do Recife é mínimo, ou seja, chega ao ridículo de ter em média 04 (Quatro) a 05 (cinco) Agentes Penitenciárias por plantão. Impossibilitando a estes servidores a rotina de rondas periódicas dentro das unidades, realizar revista em celas e combate ao tráfico dentro da unidade. Estes agentes ficam confinados ao setor de permanência por falta de maior efetivo e não sendo possível realizar atividades dentro de pavilhões;

4. A Sociedade tem que saber que em certas unidades existem uma proporção no controle por plantão de 200 (duzentos) presos por agentes. Ficando assim, impossível um controle diário em revista, controle e combate a entrada de materiais ilícitos;

5. O Estado orientado pelo Ministério da Justiça, proibiu através de resolução a revista manual, ou seja, o desnudamento, onde o Sindicato não é contrário a tal tipo de revista. Porém, com a implantação da resolução o Estado deveria comprar os Scanners Corporais para visualização nas pessoas de materiais ilícitos, mesmo com a orientação da resolução para a referida compra. 

6. O Estado desde o ano de 2016, informou constantemente a mídia que iria realizar o concurso público para Agentes Penitenciários. E até então não publicou sequer o Edital, mesmo tendo um acordo assinado com o Sindicato. Caso, ocorra a publicação do Edital no ano de 2017, serão necessários quase 01 (um) ano para ser cumprido todas as etapas do concurso;


7. O Sindasp-PE repete o que vem dizendo desde o início do ano de 2015: não há trabalho eficaz sem efetivo. O sistema prisional pernambucano tem um déficit de mais de 4 mil agentes penitenciários, quanto no sistema temos agentes concursados com sentença judicial determinando a convocação, mesmo com prazo expirado, visto que estes entraram na justiça antes do término do prazo.


Solicitamos o respeito do Governo do Estado aos servidores que todos dias controlam motins, rebeliões, tentativas de fugas e que procuram assegurar a ordem pública.


João Carvalho 

Presidente do  SINDASP-PE

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Prédio do Banco Central em Brasília (Foto: Divulgação)
Prédio do Banco Central em Brasília (Foto: Divulgação)

Banco Central reduz Selic para 13% ao ano e surpreende o mercado

Publicado por Amanda Miranda em Notícias às 17:35
Agência Brasil – Pela terceira vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu nesta quarta-feira (11) a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano. A decisão surpreendeu os analistas financeiros, que previam o corte de 0,5 ponto percentual.
Com a decisão desta quarta-feira, a Selic está no menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. Mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, de outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA fechou 2016 em 6,29%, o menor nível desde 2013 (5,91%).
Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para 2017, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano.

Inflação

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerre 2017 em 4,4%. O mercado está um pouco menos pessimista. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial fechará o ano em 4,81%.
Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas, e o de alimentos, como feijão e leite, contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a desacelerar por causa da recessão econômica e da queda do dólar. Em dezembro, o IPCA ficou em 0,30%, a menor taxa para o mês desde 2004.
A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo num cenário de baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2016. No último Relatório de Inflação, o BC reduziu a estimativa de expansão da economia para 0,8% este ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
infografia_selic

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Pernambucanos decidem 

empreender para ajudar a 

pagar as contas de início de ano

Ideias criativas são um auxílio para equilibrar o orçamento neste mês de janeiro. Segundo especialista do Sebrae-PE, negócios podem ir além desse objetivo.

Fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, passou a vender doces em dezembro do ano passado para ajudar nas despesas de casa (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)Fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, passou a vender doces em dezembro do ano passado para ajudar nas despesas de casa (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, passou a vender doces em dezembro do ano passado para ajudar nas despesas de casa (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
As primeiras parcelas de impostos como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), assim como os gastos com matrícula e material escolar, para quem tem filhos, são algumas das despesas já previstas para o mês de janeiro. Além das usuais faturas de luz, telefone, água e cartão de crédito, os custos podem se tornar um pesadelo para quem não tem orçamento suficiente. Para situações como essa, há quem encontre saídas pelo ramo empreendedor, que surgem em momentos de crise e, com o planejamento adequado, são capazes de durar o ano inteiro.

“O indivíduo precisa pagar as contas, mas houve redução da renda nos últimos meses. Ele entende, então, que precisa empreender para ter uma outra fonte de renda”, comenta o analista de atendimento individual do Sebrae-PE, Vitor Abreu. É o caso do radialista Victor Lins, 28, que enxergou, nas redes sociais, uma oportunidade de ganhar dinheiro divulgando locais em que há promoção de cervejas de marcas nacionais e internacionais. 

Recém-formado e sem trabalho fixo, ele costumava publicar fotos de cervejas em promoção em suas redes sociais pessoais até perceber que as publicações poderiam se tornar rentáveis. “Comecei a lucrar no início de 2016, quando fiz um perfil exclusivo para a divulgação de promoções e alguns supermercados e distribuidoras me procuraram para fazer parcerias de divulgação”, conta o recifense.
“É importante entender sobre o produto, a maneira de fazê-lo e o mercado que vai consumi-lo” 
Vitor Abreu, analista do Sebrae-PE
Atualmente com mais de 17 mil seguidores, o perfil já rende um montante capaz de ajudar nas despesas de casa. “Já consigo tirar dinheiro para ajudar os meus pais e para lazer”, conta. Atualmente pensando em ampliar o negócio, Lins espera que o trabalho cresça a ponto de se tornar, num futuro próximo, uma agência de promoções. 

Para o analista do Sebrae-PE, o planejamento é a palavra-chave para “fermentar” o negócio. Quando a necessidade da renda é urgente, algumas das etapas podem ser puladas, o que pode comprometer a longevidade do empreendimento. “Em alguns casos, o empreendedor pode até ter o produto certo, mas, por falta de planejamento, pode direcionar as vendas ao público errado. Por isso, é preciso estudar para identificar a necessidade do mercado em relação ao serviço que a pessoa quer oferecer”, alerta Vitor Abreu.

ProfissionalizaçãoAinda segundo Abreu, os cursos profissionalizantes são uma saída para quem deseja ir além e dar à ideia um ar de profissional. Para ele, os segmentos de prestação de serviços na área de beleza e de alimentação costumam ser os mais procurados. “Nesses casos específicos, o conhecimento técnico pode ser adquirido mais facilmente”, indica o analista. “É importante entender sobre o produto, a maneira de fazê-lo e o mercado que vai consumi-lo”, complementa.

Essa foi a saída encontrada pela fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, que começou a vender doces em dezembro de 2016. Depois de fazer bolos caseiros após o nascimento do filho, em 2014, ela recebeu incentivos da família e de amigos para começar a comercializar os brownies e bolos feitos em casa. “Foi aí que eu decidi fazer um curso para me especializar. Eu já gostava de fazer os doces e resolvi vender para complementar a renda de casa”, conta a olindense. 

Sem atuar na área de formação desde 2014, Priscilla explica que o novo negócio é uma forma de pagar as despesas do mês. “Tenho um filho de dois anos e, desde que deixei de atuar, meu marido assumiu o orçamento. Agora, nesse mês de janeiro, tem IPVA, IPTU, gastos com matrícula, e esse negócio vem justamente pra complementar o dinheiro das contas”, diz a empreendedora. 

Num mercado competitivo como o de alimentação, Priscilla percebeu que se dedicar à qualidade dos doces é uma forma de dar destaque ao seu negócio. “Pretendo conquistar meu espaço aos poucos, priorizando a qualidade dos produtos”, afirma. Pesquisas de mercado para avaliar o preço, a apresentação e o sabor de produtos concorrentes também são uma estratégia adotada por Priscilla.


MPPE emite nota permitindo 


fiscalização de 

vaquejadas no estado

Nota técnica orienta promotores de Justiça a fiscalizar vaquejadas em Pernambuco. Publicação da decisão final do STF pode proibir a prática.

A terceira nota técnica permite os promotores fiscalizar as vaquejadas (Foto: Reprodução/TV Globo)A terceira nota técnica permite os promotores fiscalizar as vaquejadas (Foto: Reprodução/TV Globo)
A terceira nota técnica permite os promotores fiscalizar as vaquejadas (Foto: Reprodução/TV Globo)
A terceira nota técnica emitida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) orienta os promotores de Justiça a voltar a fiscalizar as vaquejadas no estado, revogando a decisão anterior. Como estabelecido na primeira nota, publicada em novembro de 2016, os realizadores dos eventos devem firmar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), assegurando obedecer a regras de proteção aos animais estabelecidas pela Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq).
Isso significa que, até segunda ordem, a realização dessa prática esportiva e cultural está liberada. De acordo com o promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caop Meio Ambiente) do MPPE, André Felipe Menezes, apenas poderão ser tomadas atitudes de coibição das vaquejadas após a divulgação do acórdão que traz a decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inconstitucionalidade da prática em todo o Brasil.
Grupo organiza protesto no estado contra proibição da vaquejada
“As orientações foram emitidas para das maior segurança jurídica às vaquejadas. Com o cumprimento dos TACs, ninguém pode acusar o organizador de estar realizando vaquejadas ilegais, além de evitar os possíveis maus tratos que, às vezes, ocorrem nas clandestinas”, disse Menezes. As regras emitidas pela Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq) e pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) dizem respeito ao trato com os animais, como a proibição de utilização de objetos pontiagudos e luvas de aderência, que machucam os bichos.
A fiscalização do cumprimento dos TACs será feita pelas comarcas de Meio Ambiente de cada cidade. Para a realização das vaquejadas, os organizadores devem emitir, além dos Termos de Adequação, guias de trânsito de animais com as prefeituras e com a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro). “Assim, fica mais fácil fiscalizar. Isso evita que os eventos sejam realizados em locais mais distantes, por exemplo, onde é mais fácil praticar irregularidades”, disse André.
Polêmica
Em outubro de 2016, por seis votos a cinco, os ministros do STF entenderam que a atividade causa sofrimento aos animais e, por isso, fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente. Logo após o julgamento, o MPPE havia emitido uma primeira nota técnica orientando os promotores a esperar a publicação da ata das sessões ou acórdão do STF para, só depois, tomar qualquer decisão.


Em novembro, o Ministério Público emitiu uma nova nota técnica que orientava os promotores a não mais firmar Termos de ajustamento de Conduta (TAC) com organizadores, que vinham garantindo a realização dos eventos. Em dezembro, o ministro Teori Zavascki manteve a sentença proferida no Piauí, autorizando a realização de vaquejada em Teresina e, por isso, André Felipe Menezes afirma que a decisão não é clara sobre a proibição em todo o país.