sexta-feira, 18 de maio de 2018

Justiça manda prender José Dirceu; ex-ministro tem até as 17h de sexta para se apresentar à PF em Brasília

TRF-4 negou, nesta quinta-feira (17), último recurso de Dirceu em segunda instância de processo da Lava Jato. Advogado informou à Justiça que ele pretende se entregar.

Por G1 PR
 
Condenado na Lava Jato, Dirceu deve se entregar nesta sexta (18)
A Justiça Federal expediu, nesta quinta-feira (17), o mandado de prisão contra o ex-ministro José Dirceu para que ele comece a cumprir pena a qual foi condenado na Operação Lava Jato. A ordem foi assinada pela juíza substituta da 13ª Vara Federal, Gabriela Hardt.
Conforme a decisão, Dirceu tem que se apresentar à carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília até as 17h de sexta-feira (18). Ele pode recorrer a instâncias superiores.
O despacho diz que os detalhes a respeito da entrega deverão ser acertados pela defesa de José Dirceu diretamente com a PF. O advogado do ex-ministro informou à Justiça que ele pretende se entregar. O G1 tenta contato com ele.
O ex-ministro foi condenado por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro em um processo que investiga irregularidades na diretoria de Serviços da Petrobras. Ele foi acusado pela força-tarefa da Lava Jato de receber dinheiro de empresas que prestavam serviços à estatal.
Nesta quinta-feira, o último recurso em segunda instância nesse processo foi julgado e negado por unanimidade pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.
Atualmente, Dirceu está liberdade, monitorado por tornozeleira eletrônica.

Dirceu na Lava Jato

Em 19 de abril deste ano, o ministro do STF Dias Toffoli negou liminar em que defesa de Dirceu solicitava que ele não voltasse para a prisão mesmo após concluídos os recursos.
Toffoli afirmou que não poderia decidir sobre esse pedido sozinho e encaminhou a decisão final à Segunda Turma, composta por cinco ministros, que ainda não analisou a matéria.
Esse último recurso negado no TRF-4 foi o de embargos de declaração, que permite verificar se existe alguma dúvida, contradição ou explicação a ser dada.
Ele foi julgado na 4ª Seção, formada por seis desembargadores, que é a mesma que negou os embargos infringentes em 19 de abril. Entre os pedidos da defesa, estava o recálculo da pena.
A pena de Dirceu é a segunda mais alta dentro da Lava Jato até o momento. A primeira é a que foi aplicada a Renato Duque: 43 anos de prisão.

Recursos cabíveis

A defesa de Dirceu ainda pode recorrer contra a condenação nos tribunais superiores: o STJ e o STF. O prazo é o de 15 dias.
Antes de chegar a Brasília, os recursos especiais (STJ) e extraordinários (STF) são submetidos à vice-presidência do TRF-4, responsável pelo juízo de admissibilidade – uma espécie de filtro de acesso às instâncias superiores.
Se for o caso, os autos serão remetidos ao STJ que, concluindo o julgamento, pode remeter o recurso extraordinário ao STF.
No STJ, pode ser apresentado recurso especial se a defesa apontar algum aspecto da decisão que configure violação de lei federal, como o Código Penal ou de Processo Penal. No STF, cabe recurso extraordinário se os advogados apontarem que a decisão do TRF-4 viola a Constituição.

A denúncia

O processo foi originado na investigação de esquema de irregularidades na diretoria de Serviços da Petrobras. O Ministério Público Federal (MPF) identificou 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva, entre os anos de 2004 e 2011.
Empresas terceirizadas contratadas pela Petrobras pagavam uma prestação mensal para Dirceu por meio de Milton Pascowitch – lobista e um dos delatores da Lava Jato. Para o MPF, foi assim que o ex-ministro enriqueceu.
Também foram identificadas, de acordo com o MPF, ilegalidades relacionadas à empreiteira Engevix.
A empresa, segundo as investigações, pagava propina por meio de projetos junto à diretoria de Serviços e também celebrou contratos simulados com a JD Consultoria, empresa de Dirceu, realizando repasses de mais de R$ 1 milhão por serviços não prestados.
Além de Dirceu, outras pessoas foram condenadas na ação: Renato Duque, Gerson Almada, Fernando Moura, Julio Cesar Santos, Renato Marques e Luiz Eduardo de Oliveira Silva. Já João Vaccari Neto, Cristiano Kok e José Antônio Sobrinho foram absolvidos.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

TJPE mantém reajuste de 87,5% na tarifa do metrô no Recife

Juiz não acatou ação popular em desfavor da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O aumento entrou em vigor na sexta-feira (11)
Publicado em 16/05/2018, às 21h17
O aumento entrou em vigor na sexta-feira (11). De R$ 1,60, a passagem subiu para R$ 3 / Foto: Arquivo/ JC Imagem
O aumento entrou em vigor na sexta-feira (11). De R$ 1,60, a passagem subiu para R$ 3
Foto: Arquivo/ JC Imagem
JC Online

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou, na noite desta quarta-feira (16), a suspensão o reajuste de 87,5% na tarifa do metrô do Recife.  O pedido havia sido realizado em ação popular em desfavor da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Em Belo Horizonte, uma ação similar foi deferida e a tarifa, que havia subido para R$ 3,40, voltou para R$ 1,80.
O juiz Carlos Gean Alves dos Santos, da 9ª Vara Cível da Capital, considerou que “impedimento judicial ao reajuste de tarifa provocaria a não arrecadação de quantia que, julgada improcedente a ação, não poderá ser cobrada da parte requerente, tampouco dos consumidores que pagaram a menor”.
O deputado Betinho Gomes, que havia ajuizado a ação popular, afirmou ao Jornal do Commercio que recorrerá da decisão.
“Respeito a deliberação da Justiça, que decidiu pela manutenção do reajuste, no entanto, discordo desse posicionamento, uma vez que, em Belo Horizonte (MG), a decisão foi favorável aos usuários do metrô. E, neste sentido, em nome da população pernambucana, particularmente os usuários do metrô, vou recorrer da decisão. Paralelo a isso, estamos aqui, em Brasília, pressionando o governo a acatar a proposta de escalonamento que estava sendo construída, na semana passada, junto ao Ministério de Planejamento”, disse o deputado.

Aumento da tarifa do metrô

O aumento entrou em vigor na sexta-feira (11). De R$ 1,60, a passagem subiu para R$ 3. Antes desse, o último reajuste aconteceu em 2012. Atualmente, a receita do metrô é de pouco mais de R$ 60 milhões anuais. Para manter o sistema em funcionamento, no entanto, são necessários R$ 104 milhões.
Quando incluída a folha de pagamento, os custos sobem para a casa dos R$ 300 milhões. Sendo assim, o metrô depende de verbas repassadas pelo governo federal. Com o aumento da tarifa, a arrecadação sobe para R$ 110 milhões, que devem ser investidos em melhorias para o sistema.