quarta-feira, 10 de maio de 2017

Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Justiça Federal determina suspensão das 

atividades do Instituto Lula

Publicado por Cássio Oliveira em Notícias às 19:13
A Justiça Federal do Distrito Federal determinou no último dia 5 de maio a suspensão das atividades do Instituto Lula em decisão tomada no âmbito da ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Segundo informações do UOL, o juiz substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Ricardo Augusto Soares Leite, disse que, pelo teor do depoimento dado por Lula à Justiça, verificou que a sede do instituto pode ter sido “instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpretação de vários ilícitos criminais”.
Segundo a JF do DF, a diretoria da 10ª Vara enviou apenas nesta terça-feira (9) a carta precatória para que a Justiça Federal de São Paulo cumpra a decisão.
Ainda segundo o UOL, a decisão ocorreu a pedido do MPF (Ministério Público Federal), que apresentou pedidos de outras diligências aceitas pelo juízo.
Sediado na rua Pouso Alegre, no bairro do Ipiranga, na capital paulista, o Instituto Lula foi inaugurado em 2011, ao término do segundo mandato do ex-presidente.
09/MAIO
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Reforma da Previdência é aprovada em comissão e texto segue para o plenário da Câmara

Publicado por Cássio Oliveira em Notícias às 21:17
Da ABr – A Comissão Especial da Reforma da Previdência concluiu na noite desta terça-feira (9) a votação dos destaques ao relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA). Agora, o texto está liberado para ser levado ao plenário da Câmara. A expectativa é que a votação ocorra nos dias 24 e 31 de maio, em dois turnos.
A sessão de hoje da comissão começou pouco antes das 11h e terminou por volta de 20h20. No total, foram apreciados 10 destaques remanescentes da reunião anterior, encerrada após a invasão do plenário da comissão por um grupo de agentes penitenciários que protestava contra o relatório de Maia.
Por causa do tumulto na sessão na semana passada, a votação de hoje ocorreu em meio à segurança reforçada na Câmara. O prédio foi cercado por grades e o esquema teve a participação de policiais militares, do Batalhão de Choque e da Força Nacional de Segurança.
Com exceção de um destaque, a orientação do governo foi para que a base aliada rejeitasse todos os adendos, sob a justificativa de finalizar a votação o texto sem grandes modificações. A única alteração aprovada por todos os partidos com representação na comissão é a que devolve à Justiça estadual a competência para julgar casos relacionados a acidentes de trabalho e aposentadoria por invalidez.
Todos os destaques do PT foram rejeitados. O partido queria eliminar as mudanças no acesso aos benefícios assistenciais, entre eles o Benefício de Prestação Continuada (BCP).
Os deputados também rejeitaram um destaque apresentado pela bancada do PSB, que queria garantir que servidores que começaram a contribuir até 2003 tivessem a aposentadoria com 100% do valor do salário no último cargo que ocuparam, além de terem reajuste equivalente ao dos servidores ativos.
O relatório de Maia diz que a integralidade do salário só será garantida se o servidor atingir 65 anos (homem) e 62 anos (mulher) e o tempo mínimo de 25 anos de contribuição.
Também foi rejeitado um destaque semelhante, apresentado pela bancada do PDT, mas que tratava apenas dos servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003. Com o acréscimo, o partido queria que esses servidores tivessem a aposentadoria com 100% do valor do salário no último cargo que ocuparam.

MUDANÇAS NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Foto: Divulgação
A discussão em torno das mudanças nas regras para os servidores federais ocupou boa parte da sessão. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) disse que o texto apresentado por Maia piorava a proposta do governo. “O que está sendo votado aqui é o texto do governo, não é nenhum texto da oposição. Na verdade, ninguém está inventando texto nenhum, é o texto do governo que está sendo trazido de volta para o relatório”, disse.
O vice-líder do DEM, partido da base aliada, Pauderney Avelino (DEM-AM), disse que o partido votaria conforme orientação do Palácio do Planalto, mas reconheceu a necessidade de ajustar o texto. “Estamos trabalhando no sentido de fazer com que os servidores, o Ministério Público, o Judiciário, para que possamos apresentar uma proposta de solução para quem entrou no serviço público até 2003”, disse. “Neste momento, pelo fato de estarmos construindo com os servidores. Agora o voto é não, mas a construção será feita no plenário da Câmara”, disse.
A medida foi apoiada pelo líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), com a mesma ressalva. Tripoli orientou o partido a votar contra os destaques, mas disse que ia esperar uma adequação do texto no plenário da Casa. “Encaminhamos ‘não’ na certeza de que o presidente [do colegiado, Carlos Marun (PMDB-MS)] e o relator vão continuar negociando e que vamos chegar no plenário com uma forma consistente de transição”, disse.

Comissão rejeita referendo popular sobre a reforma da Previdência

A última votação foi de um destaque apresentado pelo PSOL que propunha a realização de uma consulta à população sobre a validade da reforma. O destaque estabelecia que, em caso de aprovação da proposta no Congresso, o texto deveria passar por um referendo, instrumento previsto na Constituição e pelo qual a população vota pela aprovação ou rejeição de medidas propostas ou aprovadas pelo Parlamento.
“Hoje a Casa está cercada pela polícia e isso foi um mau momento do Congresso Nacional. A soberania popular é a coisa mais importante que temos. Não acredito que os parlamentares desta casa tenham receio [do referendo] e que, em se tratando da vida de mais de 140 milhões de pessoas, a população não devam ser consultadas”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
O líder do PV, Evandro Gussi (SP), se manifestou contra o destaque. Segundo o deputado, os parlamentares estão consultando a população antes de se posicionarem nas votações. “Aprendi a respeitar, mesmo antes de vir para o Parlamento. Foi justamente o voto popular e a soberania do voto popular e daí o valor da democracia representativa e o respeito às prerrogativas parlamentares, pois não chegamos aqui por nossa própria vontade, pela imposição, chegamos pela vontade dos cidadãos e cidadãs brasileiras”, disse o deputado.
Valente rebateu o colega e disse que o referendo só seria colocado em prática se a reforma fosse aprovada. O deputado lembrou que o Executivo já tem realizado propagandas favoráveis às mudanças na aposentadoria. “Somente em sendo aprovada a reforma é que vamos ouvir a população. O governo está fazendo propaganda todo dia a favor da reforma, porque não podemos escutar o povo”, acrescentou.
O destaque do PSOL sobre o referendo foi derrubado por 21 votos a 14.
Próximo passo
O presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), disse que é possível que a comissão agende um novo encontro amanhã (10) para complementar a redação da ata da reunião que foi suspensa depois da invasão dos agentes penitenciários e verificar o texto final do substitutivo.
O texto será levado a plenário depois de publicação no Diário Oficial da Câmara e de respeitado o interstício de duas sessões, o que deve ocorrer somente a partir da próxima semana.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

Comissão Especial da Câmara aprova reforma da Previdência


Estadão Conteúdo – Depois de mais de oito horas de discussão, a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta de reforma da Previdência aprovou o parecer do relator Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). O novo texto, que altera a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso, foi aprovado por 23 votos favoráveis, 14 contrários e zero abstenção.
Os parlamentares da comissão vão agora analisar os 14 destaques de bancada apresentados ao parecer, que podem resultar em alterações no texto. Esses destaques terão votação nominal. A intenção do presidente da comissão especial, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), é concluir a votação ainda nesta quarta-feira (3). Com a apreciação dos destaques, a proposta segue para votação no plenário em primeiro turno. Como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é preciso dois turnos de votação na Câmara e no Senado.
A votação na comissão especial desta quarta foi tumultuada e chegou a ser suspensa por três vezes ao longo do dia. Os deputados da oposição atacaram duramente a troca de integrantes da base do governo na comissão para que a proposta fosse aprovada. O deputado Beto Mansur (PRB-SP), responsável por fazer o mapeamento dos votos, fez de ligação de última hora para deputados ausentes na comissão voltassem ao plenário da comissão para votar.
Veja como os partidos votaram:
PMDB- Sim
PT- Não
PSDB – Sim
PR – Sim
PSD – Sim
PSB – Não
DEM – Sim
PRB – Sim
PDT – Não
PTB – Sim
SD – Não
PTN – Sim
PCdoB – Não
PSC – Sim
PHS – Não
PPS – Sim
PSOL – Não
PV – Sim
PROS – Não
Rede – Não
PEN – Sim
PMB – Não
Governo – Sim
A minoria – Não
A maioria – Sim
Assista ao vivo




quarta-feira, 3 de maio de 2017

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Em recado a Palocci, STF manda soltar José Dirceu


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julgou nesta terça-feira, dia 2, habeas corpus do ex-ministro José Dirceu. Por 3 votos a favor (Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes) a dois votos contrários (Edson Fachin e Celso de Mello), a Segunda Turma do STF acaba de conceder habeas corpus a José Dirceu.  Ele estava preso há quase dois anos no âmbito da Lava Jato. 
No primeiro momento, Edson Fachin, relator do habeas corpus de José Dirceu, confirmou seu voto para manter o petista preso. O ministro falou em “reiteração criminosa” e “garantia da ordem pública”.
Depois dele, Dias Toffoli concluiu seu voto pela liberdade de José Dirceu com duras críticas ao instrumento da prisão preventiva.  “A sociedade compreenderá”. Dias Toffoli, ao votar para soltar José Dirceu, disse ser inegável que a sociedade tem razões de sobra para se indignar, mas acrescentou que a credibilidade das instituições se dá “na exata medida da capacidade de se manter o estrito cumprimento da lei.
Virou 2 a 1 com Lewandowski. Sobre as decisões citadas por Edson Fachin para alongar prisões preventivas em razão da gravidade dos fatos, Ricardo Lewandowski disse: “Cada caso é um caso”.
Depois, estabeleceu-se um empate em 2 a 2. Celso de Mello votou para manter José Dirceu preso, empatando o placar do julgamento do habeas corpus do petista na Segunda Turma.
Gilmar Mendes desempatou, em favor do petista.
O procurador Roberto Pozzobon chegou a se pronunciar contra.
“A impunidade no país é tamanha que, no Mensalão, o ex-ministro-chefe da Casa Civil acreditava que sua responsabilização criminal por corrupção seria como um raio que não poderia cair duas vezes em seu quintal. Somente assim se explica a atitude de José Dirceu, que, mesmo após ter perdido seu cargo, mesmo durante e após o seu julgamento pelo Supremo, mesmo após o cumprimento de sua prisão por determinação da mais alta corte do País e a deflagração da operação Lava Jato, persistiu recebendo propinas milionárias. O tempo dos crimes objeto da presente denúncia atesta o total menosprezo de José Dirceu à autoridade da Justiça brasileira.”
Roberto Podval, advogado de defesa, frisou a idade de José Dirceu – 72 anos – para pedir o relaxament da prisão. Roberto Podval também tentou convencer os ministros de que José Dirceu não tem mais força política. “Hoje é um homem com mais de 70 anos absolutamente fora de qualquer tipo de nível de poder com relação ao Estado.
De manhã, na nota divulgada pelo MPF sobre a nova denúncia contra José Dirceu, Deltan Dallagnol detalha o grave risco que representa a libertação do ex-ministro. Deltan Dallagnol disse que “há razões de sobra para a manutenção da prisão de José Dirceu”…
Dirceu teve a prisão preventiva decretada em agosto de 2015 e já foi condenado duas vezes pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a operação na primeira instância.
Na semana passada, a Segunda Turma do STF soltou dois presos da Lava Jato, apesar do voto contrário do relator do caso na Corte, ministro Edson Fachin. O pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu tiveram as prisões preventivas revogadas.
Integram a Segunda Turma Fachin, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
Em fevereiro, Gilmar disse que o STF tinha “encontro marcado com as alongadas prisões de Curitiba”, em referência às decisões de Moro.
Fachin negou seguimento ao habeas corpus apresentado pela defesa do petista no início do ano. Ele considerou que o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região não analisou a decisão que manteve a prisão de Dirceu após condenação em primeiro grau e o STF cometeria “indevida supressão de instância” se julgasse o pedido de liberdade. A defesa de Dirceu recorreu e a Segunda Turma do STF decidiu pela análise do habeas corpus.
O julgamento sobre as prisões da Lava Jato pode levar ao STF debate sobre o cabimento de pedidos de liberdade feitos por presos preventivos que, na cadeia, forem condenados em primeira instância.
Na Primeira Turma, o entendimento é de que um habeas corpus contra prisão preventiva não deve seguir após a condenação em primeira instância. A Segunda Turma entendeu de forma diferente semana passada.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


terça-feira, 2 de maio de 2017

Correios: greve pode acabar nesta terça-feira

Em Pernambuco, os trabalhos estão paralisados desde o dia 26 de maio
Publicado em 01/05/2017, às 19h44
Trabalhadores cruzaram os braços desde o dia 26 de maio / Foto: Divulgação
Trabalhadores cruzaram os braços desde o dia 26 de maio
Foto: Divulgação
Agência Brasil

A direção dos Correios e os trabalhadores se reuniram nesta segunda-feira (1º) para tentar chegar a um consenso para finalizar a paralisação dos empregados, iniciada na quarta-feira (26). A proposta de acordo apresentada pelos Correios será avaliada em assembleias nesta terça (2), quando os trabalhadores definirão se encerram ou não a greve. Em Pernambuco, os trabalhos estão paralisados desde o dia 26 de abril.
Na sexta-feira (28), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) havia determinado que pelo menos 80% dos trabalhadores dos Correios trabalhassem durante a greve.

A proposta

A empresa apresentou uma proposta que prevê a revogação, por 90 dias, da medida que suspendeu as férias dos empregados. Com isso, os trabalhadores que irão gozar as férias em maio, junho e julho terão o pagamento dos valores até o teto de R$ 3,5 mil por empregado. O restante será parcelado em cinco vezes.
Os Correios haviam suspendido as férias dos empregados a partir deste mês, alegando não ter recursos para o pagamento dos benefícios.
Outro ponto em negociação é o percentual pago pela empresa no plano de saúde dos empregados. Os Correios afirmam que os sindicatos poderão apresentar uma proposta e, caso haja acordo, o pedido de mediação junto ao Tribunal Superior do Trabalho (STS) sobre a questão será retirado.


O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva, que participou da reunião com a direção dos Correios, não considerou as propostas satisfatórias.
“Vamos encaminhar para as assembleias, mas não achamos a proposta boa não.” Segundo ele, a intenção dos empregados era acabar com o bloqueio das férias e retirar a negociação sobre o plano de saúde do TST, de modo que a questão fosse debatida diretamente entre os trabalhadores e a empresa.
A empresa também se dispôs a suspender a implantação de novas medidas operacionais, como a distribuição alternada e a entrega matutina , que serão negociadas em uma comissão.

Dias parados

Com relação aos dias parados, a empresa informou que irá realizar o desconto referente à última sexta-feira (28). Os demais dois dias serão compensados pelos trabalhadores.

quinta-feira, 27 de abril de 2017


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ROLO COMPRESSORReforma trabalhista foi aprovada por 296 votos contra 177Base governista conseguiu aprovar matéria com ampla vantagem sobre a oposição

Por: Aline Moura - Diario de Pernambuco
Publicado em: 26/04/2017 22:32 Atualizado em: 26/04/2017 23:19
Foto: Câmara dos Deputados
Foto: Câmara dos Deputados

A proposta de reforma trabalhista foi aprovada na noite desta quarta-feira (26) por 296 votos a 177, depois de muitos debates acirrados em plenário e policiais cercando o Congresso. Parlamentares da oposição apresentaram requerimento para impedir a votação, mas foram derrotados por 226 a 125 deputados. O placar elástico contra a oposição mostrou que a votação também poderia ser semelhante. O PT, o PDT, o PSol, o PCdoB e a Rede, todos da oposição, orientaram contra a aprovação do texto que foi relatado pelo deputado. O PSB, o SD e o PMB, que transitam no bloco de independentes, também deliberaram contra a reforma, mas os votos dos deputados oposicionistas não foram suficientes. O PHS liberou sua bancada, mas houve voto dos infieis. A proposta de reforma trabalhista é de autoria do governo Michel Temer. Ela foi enviada à Câmara e votada na semana passada para ser debatida de forma urgente. A intenção era evitar que a pressão da sociedade chegasse aos deputados. O relator da matéria é o deputado Rogério Marinho (PSDB/RN).  

A base governista tentou realizar uma votação sem que o nome dos deputados fosse revelado - ou seja - secreta. Mas a iniciativa foi derrotada. "Se é verdade o que vocês dizem, que esta legislação é boa, que vai garantir emprego e manter todos os direitos de trabalhadores e trabalhadoras, por que estão com medo de colocar as digitais nesta matéria? Queremos voto aberto”, sugeriu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

SAIBA MAIS
Em virtude do fim do período regimental da sessão, os deputados realizarão outra em seguida para começar a votar os destaques apresentados ao texto. A apreciação dos destaques deve entrar pela madrugada. 

Segundo o deputado federal Tadeu Alencar (PSB), a reforma muda cerca de 100 artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e prejudica o trabalhador. Ele inclusive lamentou a forma como a proposta foi votada, sem nenhum debate. Já o deputado federal Danilo Cabral (PSB) acredita que o texto ainda pode ser barrado no Senado, a depender da pressão da sociedade. 

A reforma diz que o acordo e a convenção vão prevalecer sobre a lei em 15 pontos diferentes. Entre eles, estão a jornada de trabalho, o banco de horas anual e o intervalo de alimentação, que pode ser reduzido para meia hora. Entre os pontos mais polêmicos, está a adoção do trabalho intermitente, que permite aos empresários contratação de empregados por hora - 4 ou 12, por exemplo - sem qualquer vínculo empregatício. O profissional cumpre a tarefa exigida para aquela hora e depois vai embora, podendo votar na próxima semana. A matéria também permite que grávidas trabalhem em locais insalubres. 

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Reforma trabalhista é aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados

Publicado por jamildo em Notícias às 16:50
Depois de mais de cinco horas de reunião da comissão especial da reforma trabalhista (PL 6787/16), convocada para discussão e votação do parecer do relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), os deputados federais aprovaram por maioria (27 votos a favor e 10 contrários) o texto que aprova mudanças na CLT, realizando a polêmica reforma trabalhista. Com a velocidade na aprovação da matéria, o governo Federal busca antecipar-se às manifestações programadas por sindicatos para a sexta-feira. Assim, elas ficarão sem objeto, depois de um fato consumado.
A principal resistência ao texto era o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Os deputados federais criticaram abertamente às centrais sindicais, por fazerem protestos contra a imagem dos políticos em out door e em aeroportos. Nesta semana que passou, a Força Sindical organizou ato na porta da casa do relator, em Natal.
No meio da discussão dos encaminhamentos, o STF jogou um balde água fria em uma manobra da oposição, que havia tentado derrubar a votação que aprovou o regime de urgência para a votação. A proposta tramitou em regime de urgência, o que gerou muita crítica da oposição na semana passada depois de a urgência ter sido aprovada em plenário um dia depois de ter sido rejeitada. Com o regime de urgência, nenhum deputado da comissão pode pedir vista e os prazos para cada um deles discutir o projeto ficam reduzidos pela metade.
No mesmo debate desta terça-feira, ficou acertada a discussão de 25 destaques para votação em separado. Foram mais de 33 pedidos de destaques, mas nem todos foram aprovados. Como começou a ordem do dia, a votação dos destaques ficou enviabilizada. O Regimento Interno da Câmara impede votações em comissões enquanto o Plenário estiver em processo de votação. Com isso, o projeto será enviado diretamente para o Plenário da Câmara. “Vamos terminar a votação em Plenário”, disse o presidente da comissão, deputado Daniel Vilela (PMDB-GO).
Apesar da incorporação de emendas, o novo texto manteve as principais medidas do substitutivo anterior, como a regulamentação do chamado trabalho intermitente, modalidade que permite que os trabalhadores sejam pagos por período trabalhado.
Além do trabalho intermitente, o projeto original apresentado por Rogério Marinho permite que a negociação entre empresas e trabalhadores prevaleça sobre a lei em pontos como parcelamento das férias em até três vezes, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho em casa.
Também retira a exigência de os sindicatos homologarem a rescisão contratual no caso de demissão.
A oposição pedia mais discussão sobre a proposta, que altera pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT.
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), disse que o projeto afeta os direitos dos trabalhadores e precisa ser alterado.
O relaror Rogério Marinho negou que o projeto retire direitos dos trabalhadores e afirma que a proposta vai permitir a geração de empregos, ao dar segurança jurídica aos empresários e colocar na formalidade trabalhadores sem carteira assinada.
Votação no plenário nesta quarta-feira
As centrais sindicais contrárias ao projeto estão organizando protestos em todo o país para esta semana.
Antes mesmo da aprovação do projeto na comissão especial, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, havia reafirmado que pretendia votar a reforma trabalhista em Plenário até esta quinta-feira (27).
A análise da proposta em Plenário deve começar na quarta-feira (26).
Nesta segunda-feira (24), o Psol chegou a protocolar no Supremo Tribunal Federal um mandado de segurança para anular a votação do regime de urgência, aprovado na última quarta-feira (19), depois de ter sido rejeitado pelo Plenário no dia anterior.
O presidente da Câmara disse ainda que a aprovação do regime de urgência para a proposta (PL 6787/16), que flexibiliza a legislação trabalhista, seguiu o Regimento Interno da Câmara.
Rodrigo Maia disse esperar que o STF não altere o cronograma de votações na Casa.
“O regimento foi cumprido de forma correta, não se votou o mérito de nenhum projeto, e aí, certamente, não poderia ter novamente a votação da matéria. Mas, a urgência, o Plenário tem direito de votar a qualquer momento. O Plenário pode dizer agora que não cabe urgência, pode dizer daqui a cinco minutos que cabe urgência”, explicou.
Socialistas divididos na votação da reforma trabalhista
Antes da votação, a deputada Tereza Cristina (MS), líder do PSB na Câmara, liberou a bancada do partido na comissão especial durante a votação do requerimento de retirada de pauta.
“Vou liberar porque a bancada está dividida. Temos um deputado contra o requerimento e outros dois a favor”, disse.
“A posição da bancada não é unânime contra o projeto. Pedimos a liberação da bancada para que cada um vote como quiser”, disse Fábio Garcia (PSB-MT). Danilo Cabral (PSB-PE) reagiu a Garcia: “A orientação do partido é votar contra; se quiser, vote a favor do projeto em seu nome”.
Polêmicas
O deputado federal Sílvio Costa, do PT do B, disse que o governo iria perder R$ 300 milhões em arrecadação com o projeto da forma que foi apresentado.
O deputado Bilac Pinto (PR-MG) disse que não votar a reforma da Previdência poderá significar cortes abruptos mais tarde, como teria acontecido em outros países como a Grécia.
Segundo ele, lá houve redução de 5% a 15% no valor das aposentadorias e aumento da idade mínima de aposentadoria de 60 para 65 anos para as mulheres, sem regras de transição.
“O Rio de Janeiro já está parcelando salários”, lembrou. O deputado ressaltou ainda que a população está envelhecendo, e muitos se aposentam antes dos 60 anos de idade.
Legitimidade
Já o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) questionou a legitimidade do governo para propor uma reforma da Previdência tão ampla. “Nenhum candidato a presidente ou a deputado defendeu esta reforma nas suas campanhas. Isso é uma rasteira no eleitor”.
Segundo o deputado petista, poderiam ser debatidas outras propostas para equilibrar as contas, como mudanças na contribuição previdenciária para taxar mais empresas que lucram muito e têm poucos empregados.
Com informações da Agência Câmara