quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Crise na segurança: Paulo Câmara interrompe férias de policiais

Publicado por Amanda Miranda em Notícias às 20:13
Em meio à crise na segurança e à ‘operação padrão’ dos policiais militares, o governo Paulo Câmara anunciou na noite desta quarta-feira (14) que PMs, policiais civis e profissionais da Polícia Científica que estiverem de férias devem voltar ao trabalho desde esta quinta-feira (15) até o dia 31 dezembro. A cúpula da Secretaria de Defesa Social se reuniu esta noite e deve divulgar outras medidas no dia em que boatos de arrastão assustaram a população do Recife, aumentando o clima de insegurança na cidade.
Para pressionar o governo por um plano de cargos e carreiras para a categoria como foi feito para os policiais civis no mês passado, os PMs decidiram, desde o último dia 9, não cumprir o Programa de Jornadas Extras (PJEs), reduzindo o efetivo nas ruas. A medida vale até a próxima rodada de negociação, marcada para o dia 4 de janeiro.
O plano de cargos e carreiras sugerido pelos PMs propõe o aumento dos soldados, que hoje recebem R$ 2.319,89, para R$ 4.497,84, valor aproximado ao piso da categoria em Sergipe. Os coronéis, que hoje recebem R$ 13.160,95, passariam a ter um salário de R$ 22. 498,82.
Paulo Câmara pediu ao presidente Michel Temer (PMDB) o apoio das Forças Armadas para a segurança durante a operação padrão da PM, mas os 3,5 mil homens do Exército só ficam no Estado até a próxima segunda-feira (19).
O governador alegou na solicitação a Temer não aceitar “o desrespeito à hierarquia e a quebra do código disciplinar da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar verificado nos movimentos ilegais realizados por associações das duas entidades”.
O presidente e o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Alberisson Carlos e Nadelson Leite, foram presos no dia em que a operação padrão foi iniciada, durante a assembleia que determinou a medida. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a pedido do Governo de Pernambuco, havia proibido as associações militares do estado de realizar reuniões para deliberar sobre greves. Os dois foram soltos no dia seguinte e criticaram a gestão estadual.
A reivindicação dos policiais ficou mais forte depois que os policiais civis conseguiram a aprovação do plano de cargos e carreiras pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e os militares passaram a exigir reajustes também para eles.
O comandante geral da corporação, Carlos D’Albuquerque, porém, afirmou que a data prevista para a negociação é em abril. Mesmo assim, disse que há uma sinalização do governo estadual para elaborar o acordo prevendo reajustes até 2018, da mesma forma que foi feito em relação aos civis. O objetivo seria encaminhar o projeto aos deputados para análise até fevereiro de 2017.
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