segunda-feira, 10 de outubro de 2016

PROJEÇÃO

Brasil deve ter 41 milhões de famílias nas classes D e E até 2025

Mesmo com a melhora na economia nos próximos anos, muitas famílias terão que aprender a viver com menos
Publicado em 09/10/2016, às 15h34
Os fatores que contribuíram para a ascensão dos mais pobres na última década não devem se repetir desta vez / Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Os fatores que contribuíram para a ascensão dos mais pobres na última década não devem se repetir desta vez
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
JC Online

Um estudo realizado em São Paulo mostrou que até 2025 haverá uma expansão de pobreza, mesmo com a perspectiva de melhora na economia. De acordo com a empresa de consultoria integrada Tendências, as famílias da classe D e E (com renda de até 4 salários mínimos) continuarão a crescer, chegando a 41 milhões. Segundo o estudo, nem mesmo uma década seria capaz de reverter as consequências causadas pela atual crise econômica. 
No período de 2006 a 2012, 3,3 milhões de pessoas passaram das classes D e E para a classe C (famílias com a renda de até 10 salários mínimos). Mas, devido a recessão econômica e a alta da inflação, os ganhos da última década sofreram um baque. 
Somente entre 2014 e 2016, 3,5 milhões de famílias migraram para as classes D e E. A projeção aponta que essa a migração de famílias da classe C é um dos principais fatores que devem contribuir para que mais de um milhão de famílias entrem para classes menos abastadas nos próximos anos. Outro fator é o surgimento de novas famílias, que já se formarão em condições econômicas ruins.
O aumento na base da pirâmide deve ocorrer em ritmo lento, mas as dificuldades devem atingir mais de 438 mil lares até 2025, período no qual se prevê a expansão da economia. Além disso, com a atual situação econômica, o nível de endividamento das famílias saltou de 18% em 2005 para 30% no ano passado.

Cenário novo

Os fatores que contribuíram para a ascensão dos mais pobres na última década, como a expansão do consumo das famílias e a ampla criação de empregos para pessoas menos qualificadas, não devem se repetir desta vez. Além disso, segundo especialistas, a política de valorização do salário mínimo, o crédito facilitado, a inflação controlada e a entrada de mais mulheres no mercado de trabalho, que foram fatores determinantes para o crescimento da economia serão mais escassos daqui para frente.