quinta-feira, 16 de junho de 2016

Temer afirma respeito a limites de recursos de campanha; PSDB repudia acusações de Machado

PUBLICADO EM 15/06/2016 ÀS 20:36 POR  EM NOTÍCIAS
Foto: Beto Barata/PR
Do Blog de Jamildo, com Estadão Conteúdo
O presidente interino Michel Temer (PMDB) se posicionou em nota, nesta quarta-feira (15), contra as acusações feitas na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O peemedebista foi acusado de pedir recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita, ex-PMDB e atualmente no PDT, nas eleições municipais de 2012 em São Paulo. Veja:
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Chalita também divulgou nota afirmando que não pediu recursos ou qualquer tipo de auxílio. “Esclareço, ainda, que todos os recursos recebidos na minha campanha foram legais, fiscalizados e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral”, escreveu.
O PSDB repudiou, também em nota, as acusações. Machado afirmou que entregou R$ 1 milhão ao atual presidente do partido, o senador Aécio Neves (MG), e que negociou ‘ajuda financeira’ para eleger 50 deputados em 1998, para garantir que o parlamentar, então deputado federal, fosse eleito presidente da Câmara. O ex-presidente da Transpetro disse também que negociou recursos de caixa 2 para a legenda. O PSDB afirmou que “são afirmações feitas no desespero de quem está tentando se livrar da responsabilidade pelos crimes que cometeu”.
“Delações premiadas são uma conquista da sociedade e não podem se transformar em acusações sem provas, em instrumento de manipulação da verdade e em esconderijo de interesses inconfessáveis de criminosos. O PSDB confia que as investigações revelarão a verdade dos fatos, assim como os interesses dos que se escondem por trás das calúnias”, afirmou a nota enviada pelo partido.
O próprio Aécio divulgou nota rebatendo as declarações de Machado. “Qualquer pessoa que acompanha a cena política brasileira sabe que, em 1998, sequer se cogitava a minha candidatura à presidência da Câmara, o que só ocorreu muito depois”, declarou. Segundo o senador, a sua eleição como presidente da Câmara ocorreu a partir de um “entendimento político no qual o PSDB apoiaria o candidato do PMDB à presidência do Senado e o PMDB apoiaria o candidato do PSDB à presidência da Câmara.”
Aécio já é investigado em dois inquéritos abertos a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, que afirmou que o presidente do PSDB recebeu propina de Furnas, empresa de economia mista subsidiária da Eletrobras. Ainda sobre o tucano, Delcídio relatou um caso na CPI dos Correios, que investigou o mensalão, no qual Aécio teria atrasado o envio de dados do Banco Rural para fazer uma “maquiagem” nas informações.
Advogado do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA), Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, questionou as circunstâncias da delação. “Os senadores Romero Jucá e Edison Lobão e o ex-presidente José Sarney negam peremptoriamente terem recebido qualquer montante, a qualquer título, do delator Sérgio Machado”, afirmou à Estadão Conteúdo. Kakay acusou Machado de fazer a delação para evitar a prisão dos filhos e frisou que ele não apresenta provas do que diz.
Outros políticos citados também responderam às acusações. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RJ), considerou uma ‘leviandade’ de Machado a delação. Segundo o ministro, suas relações “são pautadas pela ética e respeito institucional”. “Nunca pedi qualquer doação ilícita para empresário ou quem quer que seja”, afirmou. “Como presidente de partido, eventuais pedidos de doações que eu tenha feito foram para as campanhas municipais sempre obedecendo a lei”, afirmou. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) classificou como “mentirosas e descabidas” as citações feitas ao seu nome.
A ex-ministra Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou em nota que as doações à sua campanha eleitoral ao governo de Santa Catarina em 2010 foram “declaradas e aprovadas pelos órgãos competentes, e que sua conduta pública é regida pelos princípios da ética, moral e legalidade”. Em nota, Ideli diz ainda que não faz declarações a respeito “de delações de réus confessos sem ter acesso ao texto”. “Até porque na delação de um outro réu, ficou demonstrada de forma inequívoca que ele mentiu e assinou embaixo”, diz a ministra, sem explicitar a que outro delator se refere.
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