PMs adiam greve, dão prazo
ao governo e suspendem jornada extra
Policiais e bombeiros decidiram, nesta terça-feira
(6), que o estado tem até sexta (10) para abrir negociação. Eles também farão
uma operação-padrão.
Por
G1 PE
PMs e bombeiros de |Pernambuco
realziaram ato na frente do palácio do governo (Foto: Marlon Costa/ Pernambuco
Press)
Os policiais e
bombeiros militares de Pernambuco adiaram, nesta terça-feira (6), a decretação
de uma greve. Eles, no entanto, anunciaram que vão esperar uma resposta do
governo do estado com a abertura de negociação salarial até as 14h de
sexta-feira (9). A partir desta noite e até o fim desse prazo, farão
operação-padrão e realizarão apenas serviços básicos. Ou seja, só atuarão nas
ocorrências mais graves. Também decidiram entregar os cargos de jornada extra,
que tem sete mil vagas na PM.
A decisão foi
tomada por volta das 20h15, na frente do Palácio do Campo das Princesas, sede do
governo do estado. As categorias realizaram um ato público no local. Uma
comissão das associações de classe se reunião com representantes do governo,
mas não obteve a garantia de abertura do canal de negociações.
De acordo com
José Roberto Vieira, da Associação de Praças de Pernambuco, durante a
operação-padrão, os PMs não serão acionados para qualquer ocorrência. “Só vamos
atuar nos casos mais graves. Briga de vizinhos e pequenos furtos não serão
atendidos.”, afirmou. Os policiais também não vão permitir que pessoas sem
curso de direção assuma as viaturas ou saiam em operações com coletes
balísticos vencidos.
Comissão de policiais negociou
no palácio (Foto: Marlon Costa/ Pernambuco Press)
Com relação aos
cargos de jornada extra, Vieira afirmou que as entidades representativas das
categorias decidiram que nenhum policial vai passar do horário normal de
trabalho. "O governo terá esse prazo até sexta para negociar. Caso não
consigamos abrir esse canal, vamos fazer nova assembleia, nos mesmos moldes do
movimento que realizamos hoje", acrescentou.
O movimento dos
PMs começou no início da tarde desta terça. Cerca de mil PMs e bombeiros se
reuniram na Praça do Derby, na área central do Recife, segundo estimativa da
organização. A Polícia Militar não contabilizou a quantidade de manifestantes.
De lá, eles seguiram em passeata pelas ruas da cidade, até a sede do governo.
No início da noite, eram pelo menos cinco mil manifestantes reunidos, também de
acordo com a organização do ato.
As categorias
exigem reajuste salarial. “Hoje, um policial militar ganha R$ 3.219. Queremos
aumentar esse salário para R$ 4.800, em 2017, e para R$ 6.300, em 2018”,
afirmou José Roberto Vieira, presidente da Associação de Praça de Pernambuco
(Aspra).
Depois da
passeata e enquanto os PMs e bombeiros esperavam na frente do Palácio do Campo
das Princesas, o comandante da PM, coronel Carlos D’Albuquerque, afirmou que
aguarda um posicionamento do governo do estado para apresentar às categorias.
“Vamos avaliar os números e saber o que é possível apresentar para os
policiais”, declarou.
Vídeo
Em vídeo publicado nesta terça-feira (6) no canal da PMPE no Youtube, horas
antes do ato, o comandante-geral da corporação, coronel Carlos D’Albuquerque,
informou que não toleraria mais qualquer atitude por parte que seus comandados
que desrespeite a hierarquia. O comandante da PM lembra que a Constituição
Federal veda aos militares a sindicalização e a greve.
“Determinamos
aos comandantes, chefes e diretores que seus comandados não compareçam, mesmo
de folga, a qualquer reunião ou assembleia em que sejam tratados temas que
firam a hierarquia e a disciplina. E que fiquem cientes de que medidas serão
adotadas na esfera administrativa ou judicial”, ameaçou o coronel
D’Albuquerque.
No
pronunciamento, D’Albuquerque anunciou que, diante da ameaça de paralisação dos
policiais e bombeiros militares, as negociações para reajustes salariais e
melhorias das condições de trabalho das tropas serão conduzidas pelos
comandantes gerais das respectivas corporações.
Até então, as
discussões ocorriam com um grupo de trabalho composto por representantes da
Secretaria de Administração (SAD-PE) e oficiais a partir da portaria conjunta
SAD/SDS nº 60, de julho de 2015. A revogação dessa portaria foi publicada na
edição desta terça do Diário Oficial do Estado.