quarta-feira, 28 de março de 2018

MP entra com ação contra Sérgio Cabral e empresários de ônibus e pede indenização de R$ 72 milhões

Segundo órgão, investigação mostra que redução do IPVA para empresas de ônibus causou prejuízo ao RJ.

Por Marco Antônio Martins, G1 Rio
 
O ex-governador Sérgio Cabral presta depoimento ao juiz Marcelo Bretas no Rio (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)O ex-governador Sérgio Cabral presta depoimento ao juiz Marcelo Bretas no Rio (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
O ex-governador Sérgio Cabral presta depoimento ao juiz Marcelo Bretas no Rio (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
O Ministério Público estadual entrou, nesta terça-feira (27) com ação de improbidade administrativa na 10ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, cinco empresários de ônibus e a Federação das Empresas de Transporte de Passageiro (Fetranspor). No pedido, que ainda será analisado pela Justiça, o promotor Alberto Camargo pede a indisponibilidade dos bens dos acusados além do ressarcimento aos cofres públicos de, no mínimo, R$ 72 milhões.
A ação toma por base inquérito civil instaurado pelo MP para apurar "possível ilicitude em isenções fiscais tributárias destinadas à Fetranspor". De acordo com a apuração, ao conceder redução na cobrança de impostos às empresas de ônibus, em 2014, o então governador causou prejuízo ao Estado do Rio.
De acordo com o Ministério Público houve "redução irregular de carga tributária" com a instituição de 50% no valor do IPVA para as empresas de ônibus do Rio. Tal benefício, de acordo com o MP, não preenchia as formalidades legais.
Em janeiro de 2014, Sérgio Cabral concedeu, através do Decreto 44.568, de 17 de janeiro de 2014, desconto de 50% no IPVA para as empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro. A medida aconteceu um dia após o recebimento do ofício com a solicitação encaminhada pelo presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira.
Os fatos foram registrados pelo Ministério Público Federal na denúncia da Operação Ponto Final. Nos documentos do MPF há a informação de que entre os meses de janeiro e fevereiro de 2014, as planilhas dos colaboradores indicam que saiu do “caixa dois” da Fetranspor o pagamento do bônus de R$ 13 milhões ao Poder Executivo do Rio. Não há prazo para a Justiça analisar o pedido.
A defesa do ex-governador Sérgio Cabral não respondeu aos contatos.

Condenações

No início do mês, Cabral foi condenado a 13 anos e 4 meses de prisão pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, por lavagem de dinheiro. Também foi condenada a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelo e mais duas pessoas.
É o 5º processo que resulta em condenação de Cabral na Justiça Federal. Nos quatro processos anteriores, Cabral já havia sido sentenciado a 87 anos de prisão.
Somadas, as penas agora chegam a 100 anos de prisão em cinco processos: quatro com Bretas, no Rio, e um com o juiz Sérgio Moro, no Paraná.
Veja as condenações de Cabral até agora:
  • 2.mar.2018: 13 anos e 4 meses de prisão por lavagem de dinheiro
  • 19.dez.2017: 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro na operação Eficiência 2
  • 20.out.2017: 13 anos de prisão por lavagem de dinheiro na operação Mascate
  • 20.set.2017: 45 anos e 2 meses de prisão na Operação Calicute pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa
  • 13.jun.2017: 14 anos e 2 meses de prisão na operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Juiz manda devolver o passaporte de Lula

Na semana passada, o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, determinou, em liminar, a apreensão do passaporte de Lula
Publicado em 02/02/2018, às 16h54
Na decisão de hoje, o juiz do TRF1 entendeu que o magistrado de primeira instância não poderia ter determinado a apreensão do passaporte com base no julgamento da condenação do ex-presidente na Justiça Federal do Sul do país / Foto: ABr
Na decisão de hoje, o juiz do TRF1 entendeu que o magistrado de primeira instância não poderia ter determinado a apreensão do passaporte com base no julgamento da condenação do ex-presidente na Justiça Federal do Sul do país
Foto: ABr
Agência Brasil

O juiz federal Bruno Apolinário, do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF1), sediado em Brasília, decidiu nesta sexta-feira (2) liberar o passaporte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na decisão, o magistrado atendeu a recurso para anular decisão da primeira instância da Justiça Federal que apreendeu o documento e proibiu Lula de sair do País.
Na semana passada, o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, determinou, em liminar, a apreensão do passaporte de Lula. A medida foi solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) em virtude de uma viagem que o ex-presidente faria à Etiópia na sexta-feira passada (26) para ir a um evento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Lula entregou o passaporte à Polícia Federal, não viajou e participou do evento por meio de teleconferência.
A medida cautelar foi concedida após a confirmação, em segunda instância, da condenação do ex-presidente na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá (SP).
Na decisão de hoje, o juiz do TRF1 entendeu que o magistrado de primeira instância não poderia ter determinado a apreensão do passaporte com base no julgamento da condenação do ex-presidente na Justiça Federal do Sul do país. Além disso, Bruno Apolinário afirmou que a decisão foi baseada em fatos abstratos sobre a suposta fuga de Lula para a Etiópia.
“A autoridade coatora não especificou na decisão onde, quando e quem teria cogitado a solicitação de asilo político em favor do paciente, o que expõe a extrema abstração da afirmação. Não se pode admitir a adoção de medidas cautelares no campo do processo penal com base em motivação genérica”, afirmou Apolinário.

Ao determinar a devolução do passaporte, o magistrado também ressaltou que a viagem do ex-presidente à África favia sido comunicada previamente à Justiça.
“Ao contrário, percebe-se na conduta do paciente o cuidado de demonstrar, sobretudo ao Poder Judiciário, que sua saída do país estava justificada por compromisso profissional previamente agendado, seria de curta duração, com retorno predeterminado, e que não causaria nenhum transtorno às ações penais às quais responde perante nossa justiça”, concluiu.

Defesa

No recurso julgado nesta sexta-feira, o advogado Cristiano Zanin, representante de Lula, sustentou que a liminar não tem fundamento concreto e está baseada em suposições.
“Onde está a declaração a indicar que o paciente [Lula] estaria disposto a pedir asilo político? Em lugar algum! A verdade é que não há nenhuma evidência, ainda que mínima, de que o paciente pretenda solicitar asilo político em qualquer lugar que seja ou mesmo se subtrair da autoridade da decisão do Poder Judiciário Nacional”, argumentou o advogado.

Defesa de Lula recorre ao Supremo para evitar prisão do ex-presidente

Pedido veio depois o vice-presidente do STJ rejeitar liminar para barrar a execução da pena de Lula de 12 anos e 1 mês
Publicado em 02/02/2018, às 20h18
Para os defensores de Lula, a execução da pena antes do trânsito em julgado é uma afronta à Constituição Federal e às normas legais vigentes / Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Para os defensores de Lula, a execução da pena antes do trânsito em julgado é uma afronta à Constituição Federal e às normas legais vigentes
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Estadão Conteúdo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impetrou na noite desta sexta-feira, 2, um habeas corpus para evitar a prisão do petista até o esgotamento de todos os recursos no caso do triplex de Guarujá. O processo será analisado pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF.
Também nesta sexta-feira (2), o juiz federal Bruno Apolinário, do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF1), sediado em Brasília, decidiu liberar o passaporte de Lula. Na decisão, o magistrado atendeu a recurso para anular decisão da primeira instância da Justiça Federal que apreendeu o documento e proibiu Lula de sair do País.
A defesa de Lula solicitou a "direta submissão" do pedido de medida liminar à 2ª Turma do STF, colegiado composto por Fachin e outros quatro ministros: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e o decano da Corte, ministro Celso de Mello.
Os advogados do petista recorreram ao STF depois de o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, rejeitar na última terça-feira, 30, liminar para barrar a execução de sua pena de 12 anos e 1 mês no âmbito da Operação Lava Jato. O mérito da questão ainda será avaliado pela 5ª Turma do STJ, sob relatoria do ministro Félix Ficher.
"Diante de tal negativa, somente resta ao cidadão Luiz Inácio Lula da Silva bater à porta desta Suprema Corte, guardiã precípua da Constituição, para ver assegurada a eficácia de suas garantias fundamentais, notadamente a seu status dignitatis et libertatis e a presunção constitucional de inocência, instituída em cláusula pétrea na Lei da República", alega a defesa do ex-presidente.
Para os defensores de Lula, a execução da pena antes do trânsito em julgado é uma afronta à Constituição Federal e às normas legais vigentes.

Os advogados também alegam que o STF formou uma "apertada maioria" a favor da possibilidade de execução provisória de pena - como a prisão - após condenação em segundo grau, mas ressaltou que Gilmar Mendes (que aderiu à corrente majoritária), já adiantou "possível mudança de posicionamento, no sentido de que, para que se possa cogitar da execução provisória da pena, demanda-se, além da imprescindível e concreta fundamentação, o esgotamento da jurisdição do Superior Tribunal de Justiça".

Injustiça

A defesa de Lula destaca ainda que o ex-presidente foi condenado "injustamente" por crimes "não violentos" - no caso, corrupção passiva e lavagem de dinheiro - e que, durante o seu exercício na Presidência, "implementou diversas políticas de prevenção e repressão à criminalidade organizada e à prática de crimes econômicos e financeiros".
"As providências supracitadas demonstram o profundo compromisso do paciente com o combate à corrupção e à criminalidade organizada. É demonstração que se evidencia a partir de fatos concretos, comprovados e de conhecimento público. Estas medidas atestam os avanços institucionais ocorridos no Brasil nos dois mandatos do Paciente à frente da República Federativa do Brasil", sustentam os advogados.
"O paciente não deseja estar acima da lei - mas tampouco deve estar abaixo ou fora de sua proteção. Apenas se busca demonstrar sua inegável contribuição ao combate à corrupção. São fatos que, se olhados em conjunto com os demais, demonstram a completa desnecessidade de seu encarceramento em caráter provisório", argumenta a defesa de Lula.
Lula teve sua condenação confirmada, por 3 a 0, na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e ainda viu sua pena ser aumentada de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

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Foto:Roberto Parizotti/Fotos Públicas
Foto:Roberto Parizotti/Fotos Públicas

Por unanimidade, tribunal aumenta pena de Lula

Publicado por Amanda Miranda em Notícias às 16:49
Os três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) votaram por manter nesta quarta-feira (24) a condenação do ex-presidente Lula (PT) por corrupção e lavagem de dinheiro. Os magistrados acataram a denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato de que o petista recebeu R$ 2,4 milhões em vantagens indevidas da construtora OAS através de um apartamento triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo. O primeiro a votar foi o relator, Gebran Neto, que pediu o aumento da pena de Lula dos nove anos e seis meses de prisão estipulados pelo juiz Sérgio Moro para 12 anos e um mês. Depois, o revisor, Leandro Paulsen, o seguiu. Victor Laus, o último, também concordou.
Apesar disso, a prisão só será pedida após todos os recursos na segunda instância. O acórdão deve ser publicado na próxima semana.
O tom político atribuído ao julgamento foi tema das falas. Acusado pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, de perseguição, o procurador da República Marcelo Gerum rebateu e disse que essa tese seria um desrespeito ao judiciário e aos “verdadeiros” presos políticos. “É um relatório feito com base na técnica, não com uma visão que se faz míope pela veneração a figura pública do ex-presidente Lula”, falou. “Lamentavelmente, Lula se corrompeu”, afirmou ainda. Gerum foi o primeiro a se pronunciar após a abertura da sessão, pontualmente às 7h30 (horário do Recife), pelo presidente da Turma, Leandro Paulsen.
Zanin falou em seguida, voltando a criticar o Ministério Público Federal (MPF) e o juiz Moro. “Não se pode deixar de analisar os graves atos que foram praticados pelo juiz de primeiro grau ao longo do processo, inclusive criar fatos políticos”, afirmou.
Lula assistiu ao julgamento na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, em São Bernardo do Campo, onde iniciou a vida pública no fim da década de 1970 e vive hoje. Um dos cinco outros processos contra o ex-presidente na Lava Jato é referente ao aluguel do apartamento vizinho ao que ele mora.
Lula com bandeira de Pernambuco em ato em São Bernardo do Campo (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Orientado pelos advogados, ele não foi a Porto Alegre para evitar que parecesse provocação, mas chegou a viajar à capital do Rio Grande do Sul na véspera para discursar em evento com ares de comício, enfatizando que é pré-candidato à presidência e dizendo não haver magistrado mais honesto que ele. De São Bernardo, voltou a dar um tom político às acusações. “Eu tenho muita disposição e o que está acontecendo comigo é muito pouco diante do que está acontecendo com milhões de brasileiros desempregados nesse País”, disse. “Pobre era estatística. E quem é que colocou o dedo na ferida? Fomos nós. E eu sei que é isso que está em julgamento.”

Como foram os votos dos desembargadores contra Lula

Primeiro a votar, o relator recomentou a rejeição de todos os pedidos da defesa pela nulidade do julgamento. Gebran Neto considerou “culpabilidade extremamente elevada” de Lula por ser um ex-presidente e recomendou o aumento da pena. “Acabou por fragilizar não apenas o funcionamento da Petrobras, mas todo o sistema político brasileiro. Colocou em xeque toda a estabilidade democrática. Infelizmente está sendo condenado um ex-presidente da república, mas que praticou crime”, disse. O relatório tem 430 páginas e ele
“As provas indicam que, no mínimo, ele tinha ciência e dava suporte”, afirmou o desembargador, durante a leitura do voto. “Tenho juízo probatório acima do razoável de que o apartamento triplex foi reservado a Lula. E assim permaneceu após a OAS assumir empreendimento. E tenho que a reforma e a compra da cozinha e dos utensílios foram feitas para o ex-presidente e com base em projeto aprovado por ele e pela esposa.”
Gebran Neto (Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4)
Leandro Paulsen, revisor, aderiu à tese do relator. “É um fato, é um documento, produzido pelo próprio presidente, em uma declaração de bens do casal. O zelador conhecia a família, a OAS cuidava pessoalmente e direto dos engenheiro para as reformas, apenas por se tratar da família do presidente. Os projetos (das reformas e benfeitorias, foram aprovados na sua residência, eles foram até lá. Teve os eletrodomésticos, de modo que fossem prontas para o natal de 2014. Depois da prisão preventiva de Leo Pinheiro, a menção do apartamento é mudada e Marisa Letícia pede o distrato. Como mudar uma escada em um apartamento de alto luxo, ou piscina ou elevador, se não é dono de um imóvel?”, citou. “Efetivamente, houve pagamento de propina”, afirmou.

Como foi a investigação contra Lula no caso do triplex

Em dois anos de investigações, um dos pontos principais foi em abril de 2016, quando o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que antes havia negado os crimes, resolveu admitir que o apartamento era de Lula. A confissão no interrogatório conduzido por Moro foi devastadora para o petista perante a Justiça. Pela cooperação, o relator sugeriu que a pena dele seja reduzida de dez anos e oito meses para três anos, seis meses e 20 dias, inicialmente em regime semi-aberto, e também foi seguido pelos outros dois magistrados. A pena do ex-diretor da OAS Agenor Medeiros cai, na recomendação de Gebran Neto, de seis anos para um ano, dez meses e sete dias em regime aberto, também em concordância com os outros desembargadores.
O conteúdo do depoimento de Pinheiro foi citado tanto pelo procurador da República Marcelo Gerum quanto pelo relator. As declarações do empreiteiro a Moro foram lembradas por Gebran Neto, como o momento em que ele falou: “o apartamento era do presidente Lula. Desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop já foi me dito que era do presidente Lula e sua família e que eu não comercializasse e tratasse aquilo como propriedade do presidente”.
Gebran Neto foi um dos que citaram as declarações de Pinheiro. O magistrado enfatizou que o empreiteiro revelou que havia um acordo com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para o repasse, através de uma “conta informal com débitos e créditos”, de 1% dos valores dos contratos como na Refinaria Abreu e Lima – em que, segundo a declaração, R$ 13,5 milhões teriam ido para o PP, R$ 6,5 milhões para a campanha do ex-governador Eduardo Campos (PSB) em 2010 e R$ 16 milhões para o PT. Além disso, Pinheiro confirmou a existência de um acordo entre as construtora formando um cartel que atuava na Petrobras.
Foi assim que o caso do triplex foi parar nas mãos da força-tarefa da Lava Jato e de Moro. Foram investigados três contratos, dois para a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e um para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.
Lula em Porto Alegre na véspera do julgamento (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O Edifício Solaris, onde fica o apartamento atribuído a Lula, era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldades financeiras, a Bancoop repassou em 2009 para a OAS empreendimentos inacabados, entre eles o triplex. Marisa Letícia se absteve, mas continuou no grupo e um imóvel, segundo o MPF, menor e mais simples apareceu nas declarações do imposto de renda dela e de Lula até 2015.
A defesa do petista alegou que ele teria ido olhar, mas desistido do apartamento. 
“No mínimo deveria ser analisada com reserva essa alegação de desinteresse no imóvel. Mostram-se contraditórias ao desinteresse as ações que aconteceram em seguida, como as duas visitas ao imóvel”, rebateu Gebran Neto. “Me parece extremamente relevante o fato de ter uma visita em 2014 e posteriormente terem sido feitos os projetos, que estão nos autos, assinados por Roberto Moreira.”
O relator ainda rebateu também o argumento de que Lula não era proprietário do apartamento oficialmente, e sim a OAS. “A transferência do bem para o ex-presidente e a primeira-dama não se mostra incompatível com a acusação de lavagem de dinheiro”, afirmou. Ele ainda alegou que há características de branqueamento de capitais como a omissão do imóvel e os valores informados incompatíveis com os de mercado.

O processo contra Lula em cinco momentos

denúncia do Ministério Público Federal aceita por Moro e pelos desembargadores que julgaram Lula em segunda instância afirma que, dos R$ 2,4 milhões, R$ 1,1 milhão foi para a aquisição do imóvel, outros R$ 926 mil referente a reformas, R$ 342 mil para a instalação de cozinha e de móveis personalizados, além de R$ 8 mil para a compra de fogão, micro-ondas e geladeira.
O valor total apontado na denúncia era de R$ 3,7 milhões. Os procuradores ainda acusavam Lula de ter recebido R$ 1,3 milhão por meio do armazenamento dos bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016. Porém, o ex-presidente foi absolvido por Moro dessa acusação “por falta de prova suficiente da materialidade”, fator considerado também pelos desembargadores do TRF-4.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Reunião para definir aumento de passagens ainda não tem data marcada

Neste sexta-feira, o CSTM se reuniu para prorrogar os mandatos dos conselheiros
Publicado em 19/01/2018, às 17h55
Segundo Papaléo, ainda não há uma data para uma nova reunião do conselho / Foto: Paulo Maciel/Divulgação
Segundo Papaléo, ainda não há uma data para uma nova reunião do conselho
Foto: Paulo Maciel/Divulgação
JC Online

Ainda não há data marcada para uma nova reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que irá definir o percentual de aumento das passagens de ônibus do Grande Recife. Em reunião do CSTM ocorrida nesta sexta-feira (19), na sede da Secretaria das Cidades, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, foram prorrogados os mandatos dos conselheiros representantes dos usuários e estudantes e criado um grupo de trabalho para a elaboração e execução da 3ª Conferência Metropolitana de Transportes.
De acordo com o secretário das Cidades, Francisco Papaléo, cada conselheiro receberá, com a antecedência regimental, todas as propostas de aumento de passagem, que também serão disponibilizadas no site do Grande Recife Consórcio de Transporte. "O Governo vai fazer estudos, inclusive destas propostas encaminhadas. Vamos levar em conta não só os números apresentados, como também os compromissos que não foram assumidos, como a retirada dos cobradores, a não renovação de 100% dos números estipulados para a frota e também o seguro de responsabilidade que algumas empresas não tiveram durante este período", relatou Papaléo.
Segundo ele, ainda não há uma data para uma nova reunião do conselho. "Vamos, no prazo estipulado no regimento, apresentar todas as propostas. Desta vez colocaremos no site, assim, todas as dúvidas que existiram na ação popular serão sanadas", acrescentou. Sobre a tarifa única, Papaléo explicou que a possibilidade não fugiu dos estudos do Grande Recife, mas que, devido à situação financeira do Brasil, está em segundo plano. "Eu acho que com a inflação que tivemos, não justificaria um reajuste abaixo de zero. Principalmente no momento econômico que passa o Brasil", disse.

Ação popular

Em decisão que suspendia qualquer reajuste definido em reunião do CSTM, o juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Djalma Adrelino Nogueira Júnior, também reconheceu a "ilegitimidade dos conselheiros" do CSTM, visto que teriam sido eleitos em 2015 para um mandato de dois anos. A decisão ocorreu na semana passada e, devido a ela, foi convocada uma reunião do conselho nesta sexta-feira para que houvesse a prorrogação dos mandatos dos conselheiros até que seja marcada uma nova Conferência Metropolitana de Transporte. A ação popular foi movida pela Rede de Articulação pela Mobilidade (Ramo), formada por movimentos sociais.

Protesto

Integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco realizaram uma manifestação, na tarde desta sexta-feira (19), contra o aumento das passagens de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR). O ato aconteceu em frente à sede da Secretaria das Cidades, que fica no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, onde está sendo realizada a reunião.
Com carro de som, os manifestantes seguraram faixas com dizeres contrários ao aumento do valor das passagens. A manifestação ocorreu na Estrada da Batalha. Na manhã desta sexta, outros atos foram feitos. No Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste, manifestantes bloquearam o trânsito na BR-101. O protesto começou às 6h e foram utilizados pneus e entulhos para bloquear os dois lados da via. No fim da manhã, a Frente de Luta também fez uma mobilização, desta vez na Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife.

Aumento

O pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) é de que o aumento no valor das passagens de ônibus seja de 11,02%. Com isso, o anel A (utilizado por mais de 80% dos passageiros) pularia de R$ 3,20 para R$ 3,55. Já o anel B sairia de R$ 4,40 para R$ 4,90; o D, de R$ 3,45 para R$ 3,85 e o G de R$ 2,10 para R$ 2,35.

Temer assina projeto de lei da privatização da Eletrobras

Publicado por Amanda Miranda em Notícias às 18:17

O presidente Michel Temer (PMDB) assinou nesta sexta-feira (19) o projeto de lei que propõe a privatização da Eletrobras, segundo um comunicado do Ministério de Minas e Energia. A proposta será encaminhada ao Congresso Nacional, que deverá discuti-la após o fim do recesso.
A assinatura do projeto de lei foi no mesmo dia em que foi aprovada uma mudança no estatuto da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), retirando a sua autonomia.
O projeto prevê que o governo tenha uma “golden share” que garante a indicação de um membro adicional no Conselho de Administração. Além disso, institui a limitação a 10% do poder de voto para qualquer acionista. “Estas medidas evitam a concentração de mercado e a tomada hostil de controle por outra companhia”, diz o comunicado.
Segundo a proposta, um terço dos recursos gerados pela descotização das usinas hidrelétricas será destinado para abater encargos tarifários pagos por todos.
Com um tratado internacional, Itaipu e Eletronuclear devem permanecer sob o controle da União.
“A criação de uma corporação nacional de capital pulverizado atrai investimentos de longo prazo, fundamentais para a expansão da infraestrutura de energia nacional, trazendo benefícios à segurança do abastecimento e reduzindo custos para a sociedade”, defende o Ministério de Minas e Energia.

Rio São Francisco

Com a privatização também da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, a proposta estabelece a obrigatoriedade de ações efetivas para recuperação da bacia do rio, o que é alvo de reclamação de deputados do Nordeste. Estão previstos R$ 9 bilhões para essas ações durante o período da concessão, que é de 30 anos.

Medida Provisória

Articulando a privatização da Eletrobras desde o segundo semestre do ano passado, o governo editou três Medidas Provisórias para viabilizar a venda. A última delas muda regras para a comercialização de energia elétrica no País, estabelecidas pela lei 10848/2004, e retira o artigo que excluía a Eletrobras e suas controladas – Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul e CGTEE – do Programa Nacional de Desestatização. Essa foi suspensa pela Justiça Federal de Pernambuco no último dia 11.

Leia a íntegra do projeto de lei da privatização da Eletrobras