terça-feira, 25 de abril de 2017

Rodoviários decidem aderir à greve geral nesta sexta-feira

Decisão foi anunciada durante caminhada em protesto contra a retirada de cobradores das linhas de ônibus; Suspensão das atividades durará 24h
Publicado em 24/04/2017, às 19h07
Suspensão dos serviços irá durar 24 horas / Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem
Suspensão dos serviços irá durar 24 horas
Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem
JC Online

Os funcionários vinculados ao Sindicato dos Rodoviários (STTREPE) decidiram aderir à greve geral desta sexta-feira (28). A decisão foi comunicada durante a caminhada realizada no final da tarde desta segunda (24), que protestava contra a retirada de cobradores das linhas de ônibus. De acordo com Genildo Pereira, do STTREPE, a decisão foi unânime entre os sindicalizados. A suspensão dos serviços começará à 0h da sexta, voltando às atividades regulares no dia seguinte.
Outra categoria do transporte público, os metroviários já manifestaram que irão participar da paralisação, na última quarta (19). Uma nova assembleia, marcada para esta terça-feira (25), decretará o estado de greve em definitivo.
A greve geral é orquestrada por diversas centrais sindicais e movimentos sociais, com o intuito de protestar contra as reformas sugeridas pelo presidente Michel Temer, como a que afeta as regras da previdência social e o reajuste das leis trabalhistas. 

Confira outros setores que vão aderir à paralisação

Bancários

Em assembleia realizada na terça-feira (18), os profissionais decidiram aderir ao movimento nacional, que também protesta contra a Lei da Terceirização, aprovada no final de março.

Polícia Civil

Os policiais civis de Pernambuco, na útlima quarta-feira (19), indicaram que também vão cruzar os braços em protesto contra às reformas trabalhista e previdenciária. O ato se estende pelas 24 horas do dia 28. A decisão foi definida duas semanas após o STF determinar inconstitucional a deflagração de greve por policiais e servidores públicos da área de segurança pública.

Servidores da Alepe

O Sindicato dos Servidores no Poder Legislativo do Estado de Pernambuco (SINDLEGIS) declarou que os servidores da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) se unem ao dia nacional de paralisação, nesta sexta. O grupo fará panfletagem para mobilizar os demais funcionários até o dia da greve geral.

Guardas municipais

Insatisfeitos com o tratamento recebido pela Prefeitura do Recife, os guardas municipais decidiram aderir à paralisação geral que acontece no próximo dia 28. Segundo o presidente do Sindguardas Recife, Ewerson Miranda, nada do que foi prometido e assinado em acordo realizado no início do ano, foi cumprido. 

Aeronautas

Os aeronautas realizarão assembleia nesta segunda-feira (24) para deliberar sobre a adesão da categoria à greve geral no dia 28 de abril, contra a reforma da trabalhista. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, as assembleias estão sendo realizadas em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.

Servidores Administrativos Fazendários de Pernambuco

Segundo o Sindicato dos Servidores Administrativos Fazendários de Pernambuco, toda a categoria irá paralisar as atividades em apoio ao movimento de greve geral, nesta sexta-feira (28). De acordo com a classe, o governo vem promovendo grandes ataques aos nossos direitos sociais através das reformas da Previdência e Trabalhista.

Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

A federação confirmou que vai paralisar as atividades durante o dia 28 de abril para aderir à greve geral. 

Sindicato dos Correios

O sindicato irá antecipar a greve para o dia 26 de abril, quinta, às 22h, e promete manter a paralisação por tempo indeterminado. As reivindicações da categoria incluem críticas à gestão da empresa, como proibição de férias até maio de 2018 e defasagem salarial.

Professores da UFPE

Em assembleia geral extraordinária realizada pela ADUFEPE , os docentes da UFPE decidiram por paralisação no dia 28 de abril em adesão à Greve Geral. A assembleia também aprovou por unanimidade a contrariedade dos docentes às reformas da previdência, trabalhista, às terceirizações e à cobrança de mensalidade em universidades.

Sindsprev

Os servidores públicos federais de Pernambuco irão aderir à paralisação nesta sexta-feira (28). Com a greve da categoria, serviços prestados no Ministério da Saúde e nas agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) serão afetados.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

PROTESTOS

Oposição 'marcha em silêncio' após distúrbios na Venezuela

Opositores marcharam vestidos de branco após o aumento da violência em protestos contra o governo
Publicado em 23/04/2017, às 10h57
Muitos manifestantes usavam camisetas brancas com a palavra
Muitos manifestantes usavam camisetas brancas com a palavra "PAZ", levando bandeiras e bonés em vermelho, azul e amarelo, além de flores brancas.
FEDERICO PARRA / AFP
AFP

Vestidos de branco, opositores venezuelanos seguiram neste sábado (22) até a sede da Conferência Episcopal em uma "marcha do silêncio", após o aumento da violência que deixou 20 mortos em três semanas de protestos contra o governo.
Em meio a um forte esquema de segurança, várias marchas confluíram para a frente da sede da instituição eclesiástica em Caracas, considerada pelo governo como um "ator político". Lá, lideranças da oposição se reuniram com representantes da Igreja.
A Conferência Episcopal fica no oeste de Caracas. Pela primeira vez, os manifestantes opositores completaram seu trajeto, passando por zonas consideradas bastiões chavistas, sem os confrontos que se tornaram recorrentes nas últimas semanas.
O simples fato de chegar ao local foi considerado um triunfo pela oposição, que prometeu manter a pressão nas ruas e convocou para segunda-feira uma "paralisação nacional", um bloqueio das vias em todo o país.
Depois do fim da mobilização, houve alguns choques no leste de Caracas, onde a Polícia usou gás lacrimogêneo para impedir bloqueio das ruas. De um modo geral, porém, o evento transcorreu sem problemas.
Uma jornalista denunciou que foi agredida por grupos ligados ao governo em um bairro próximo à sede da Conferência e outro informou que foi detido por algumas horas por agentes de inteligência, segundo o sindicato da categoria.
"A Venezuela quer paz!", gritou um grupo de manifestantes acompanhados por policiais motorizados, depois de chegarem a um acordo com os agentes.
Em outro ponto, em um bairro popular, também após negociações, a Guarda Nacional afastou seus homens para deixar o caminho livre. Entre aplausos e entoando o hino nacional, os manifestantes continuaram sua marcha.
"Vamos continuar na rua. Esta não é a hora de desistir, é a hora de resistir (...). Se todos os venezuelanos se unirem, não haverá cúpula corrupta que possa com a força de cada um de nós", afirmou o líder Henrique Capriles, em um megafone.
Muitos manifestantes usavam camisetas brancas com a palavra "PAZ", levando bandeiras e bonés em vermelho, azul e amarelo, além de flores brancas.
"O governo tem de sair. Tem de escutar o povo. O povo não quer mais nem comunismo, nem revolução, nem nada do que nos trouxe tanto sofrimento. Vamos fazer eleições gerais", defendeu a advogada Rosibel Torres, que estava na marcha.

Ao chegar à sede do episcopado, usando um megafone, um padre e um pastor evangélico rezaram em um altar improvisado na parte de trás de uma caminhonete.
Manifestações similares aconteceram em outras cidades, como Maracaibo, Barquisimeto e San Cristóbal, no oeste do país.

Véspera de violência

Na sexta-feira à noite, foram registrados pequenos protestos e focos de distúrbios em uma área de Petare e Palo Verde, zona leste de Caracas. As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar as manifestações. Testemunhas afirmaram que homens armados percorreram as ruas em motos e provocaram pânico.
Foi mais uma noite de violência em Caracas, depois da batalha campal de quinta-feira no bairro popular de El Valle, com tiroteios, saques e confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.
Governo e oposição trocaram acusações sobre a violência, que, desde o início das manifestações de rua em 1º de abril, deixou 20 mortos, além de centenas de detidos e feridos.
A oposição anunciou a intenção de manter a pressão nas ruas e convocou uma "obstrução nacional" para segunda-feira, e que prevê o bloqueio das principais avenidas de Caracas.
"O país não tem um só osso saudável. As pessoas vão continuar protestando. O desafio da oposição será fazer entender que não existe apenas um método de protesto, porque provavelmente as marchas devem se desgastar", disse à AFP o sociólogo e professor universitário Francisco Coello.
De acordo com pesquisas, sete em cada 10 venezuelanos reprovam o governo, asfixiados por uma severa escassez de alimentos e de remédios, além de uma inflação que deve alcançar, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), 720,5% este ano - a maior do mundo.
Maduro, cujo mandato vai até 2019, afirma que a "direita extremista venezuelana" busca derrubá-lo com o apoio dos Estados Unidos, mas a oposição insiste em que deseja retirá-lo do poder pela via eleitoral.
As eleições para governadores deveriam acontecer em 2016, mas foram suspensas e ainda não têm data. As eleições municipais estão programadas para este ano, e as presidenciais, para dezembro de 2018.
Apesar de Maduro afirmar que está ansioso para disputar eleições, descartou antecipar o pleito presidencial, pedindo aos adversários um diálogo e o abandono do que chama de "agenda golpista".

Foto: Beto Barata/Presidência da República
Foto: Beto Barata/Presidência da República

Temer avisa aliados que não há espaço para ‘

concessões’ em reformas

Publicado por jamildo em Notícias às 21:37
Estadão conteúdo- Em reunião no Palácio do Jaburu na noite deste domingo (23) com ministros e líderes da base aliada, o presidente Michel Temer disse que não haverá novas mudanças nos textos das reformas trabalhista e previdenciária. “Não há espaço para concessão”, avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
O encontro durou três horas e serviu para a definição da estratégia final para a votação das duas reformas. Segundo o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), Temer disse que o governo considera os relatórios das reformas como produto final das negociações. A ordem, explicou Lelo, é começar as conversas finais com as bancadas e captar o sentimento dos deputados.
Nesta segunda-feira (24), Temer vai se reunir com os ministros que têm influência na Câmara para pedir que eles se envolvam diretamente nas conversas com os deputados. O presidente também pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara.
Além de Aguinaldo e Lelo, participaram da reunião no Jaburu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e os ministros Antonio Imbassahy (Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda).
Meirelles fez uma apresentação sobre a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington na semana passada, e destacou que a economia brasileira já dá sinais positivos. Segundo o ministro, as reformas vão consolidar os avanços dos últimos meses.
Lelo explicou que a reunião foi para fazer um “ajuste de procedimentos”, deixar claro que não haverá novas concessões nas propostas e envolver toda a base na reta final das votações das reformas. “Estamos no aquecimento da base. A base estava um pouco solta”, disse o peemedebista.
A reforma trabalhista deve ser votada na terça-feira (25) na comissão especial sobre o tema e ir para o plenário no dia seguinte.

DESEMPREGOEmpresas citadas na Lava Jato demitiram quase 600 milEfeito pode ser ainda maior quando se consideram as vagas indiretas

Publicado em: 23/04/2017 09:05 Atualizado em:

A recessão, a queda do preço do petróleo, a redução dos gastos do governo e a Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás, empreiteiras e agentes do governo, tiveram efeito devastador no emprego. Levantamento do ‘Estado’ com dez das maiores empresas citadas na Lava Jato mostra que, somente entre funcionários diretos e terceirizados dessas companhias, o corte de vagas entre o fim de 2013 (antes da deflagração da Lava Jato, em março de 2014) e dezembro de 2016 foi de quase 600 mil pessoas. Analistas apontam que o efeito foi ainda maior, quando se consideram as vagas indiretas.

Empresas do setor de óleo e gás, como a Petrobrás, foram afetadas pela redução da cotação do petróleo, que hoje está próxima de US$ 50. Já as grandes construtoras e incorporadoras tiveram de lidar com o alto endividamento da população, que deixou de comprar imóveis, e com a conclusão - ou interrupção - de projetos de infraestrutura, diante da deterioração das contas do governo.

A conta de 600 mil postos de trabalho fechados mostra um impacto considerável - equivalente a 5% do total de pessoas que entraram na fila do desemprego entre 2013 e 2016, que foi de 11,2 milhões. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de desocupados no País era de 1,1 milhão em dezembro de 2013; no fim de 2016, o número havia crescido para 12,3 milhões.

Após um período de longa bonança, as companhias envolvidas na Lava Jato vivem momentos de dificuldade e tentam se reestruturar. As construtoras Queiroz Galvão, Engevix, OAS e Mendes Júnior estão entre as que pediram recuperação judicial. A Sete Brasil, empresa criada pela Petrobrás para a construção de sondas de petróleo, está na mesma situação.

Falta de equilíbrio. Os cortes de vagas são impressionantes, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), porque muitos projetos de expansão se basearam em previsões pouco realistas. Pires afirma que, após a descoberta do petróleo do pré-sal, instalou-se um clima de euforia que levou à tomada de decisões de governo - e de negócio - sem sentido econômico.

Pires cita como exemplos a determinação de que a Petrobrás fosse operadora dos campos do pré-sal e a criação da Sete Brasil. “A Petrobrás não tinha condições de fazer o trabalho de exploração sozinha. Essa decisão espantou investimentos estrangeiros que hoje seriam bem-vindos”, frisa o diretor do CBIE. O sinal verde para a construção das sondas do pré-sal, lembra Pires, foi baseada em uma previsão de produção de quase 5 milhões de barris de petróleo por dia até 2020. Em 2013, a projeção foi reduzida a 4,2 milhões; dois anos depois, houve novo corte, para 2,8 milhões de barris diários.

Essa falta de critério, segundo o economista Sérgio Lazzarini, professor do Insper, influenciou o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que acelerou a concessão de empréstimos, e também o Banco do Brasil e a Caixa, que inflaram o crédito mesmo quando a economia já dava sinais de exaustão. “O que essa gastança nos trouxe de benefícios? Acho que esse modelo de desenvolvimento mostrou que é preciso dosar a participação do Estado na economia”, diz Lazzarini.

Os efeitos colaterais da Lava Jato - o desemprego, a revelação de intricados esquemas de corrupção e o abalo à reputação de grandes companhias - levaram, pelo menos momentaneamente, a uma mudança no curso da economia. Hoje, diz o professor do Insper, o lema é a redução de gastos públicos e a abertura de vários setores a investimentos externos, entre eles infraestrutura e companhias aéreas.

A manutenção deste caminho não é garantida, na visão de Lazzarini. Ele acredita que ainda há risco de uma “guinada” populista no País como reação à crise. “Basta ver o que aconteceu nos Estados Unidos, com Donald Trump. Quando se olham os candidatos para a eleição presidencial de 2018, é muito difícil fazer uma previsão para onde vamos.”

Principais cortes. Por seu porte, a Petrobrás fez os maiores cortes em termos absolutos entre as companhias consultadas (leia mais abaixo), mas houve reduções relativamente maiores, como o da Engevix, que diminuiu seu efetivo em 85%. Os dados do quadro ao lado foram repassados pelas próprias empresas.

Algumas empresas esperam uma chance de voltar à ativa. É o caso da Sete Brasil, que chegou a movimentar 15 mil trabalhadores nos estaleiros que contratava para construir suas sondas, segundo fontes. Hoje, a atividade da Sete se resumiria a 20 funcionários. A companhia aguarda a aprovação de seu plano de recuperação no início de maio. Segundo o Estado apurou, a expectativa é contratar até 2 mil trabalhadores para a retomada das sondas. Procurada, a Sete Brasil não quis comentar nem fornecer dados oficiais sobre sua força de trabalho.

Justificativas. Algumas das empresas consultadas destacaram que, além da Lava Jato, outros fatores contribuíram para a redução de seus quadros. A Odebrecht lembrou da crise que abateu o País nos últimos anos e disse estar “comprometida em voltar a crescer e contribuir com as comunidades nos locais onde atua”. A Andrade Gutierrez afirmou que seus dados são afetados por reduções de ritmos de obras ou o encerramento das mesmas - justificativa que também se aplica às demais construtoras. A Promon também afirmou ter sido afetada pela redução dos investimentos em infraestrutura no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

DELAÇÃO

Léo Pinheiro afirma que Lula o orientou a dar sumiço em documentos

"Se tiver destrua!", foi a ordem de Lula, segundo o empresário Léo Pinheiro
Publicado em 20/04/2017, às 20h30

"Se tiver destrua!", foi a ordem de Lula
Foto: reprodução
Estadão Conteúdo

O empresário Léo Pinheiro, da OAS, fez um relato devastador nesta quinta-feira (20) sobre o apartamento triplex do Guarujá e que pode complicar a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu da Lava Jato. Segundo Léo Pinheiro, o petista o teria orientado a destruir provas de pagamentos via caixa dois ao PT no exterior. "Se tiver destrua!", foi a ordem de Lula, segundo o empresário.
"Eu tive um encontro com o presidente em junho (de 2014), bom isso tenho anotado na minha agenda", disse Léo Pinheiro. "São vários encontros onde o presidente, textualmente, me fez a seguinte pergunta. 'Léo', até notei que ele tava um pouquinho irritado, 'Léo, você fez algum pagamento ao João Vaccari no exterior?' Eu disse: 'não presidente, eu nunca fiz pagamento dessas contas que temos com Vaccari no exterior'."
Lula insistiu, ainda de acordo com as revelações do empreiteiro. "Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT através do João Vaccari?"
"Estou fazendo os pagamentos através de orientação do Vaccari, de caixa dois, de doações diversas que fizemos a diretórios."
E Lula, então, deu a ordem, segundo o empreiteiro. "Você tem algum registro de encontro de contas, de alguma coisa feita com Vaccari com você? Se tiver destrua."

"Acho que quanto a isso não tem dúvida", afirmou Léo Pinheiro.

Defesa

Em nota, Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, afirmou:
"Léo Pinheiro no lugar de se defender em seu interrogatório, hoje, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel.
A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência.
A afirmação de que o triplex do Guarujá pertenceria a Lula é também incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente é incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa.
Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares. Também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente.
Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos."

quinta-feira, 20 de abril de 2017

EDUCAÇÃO

Ministério da Educação libera quase R$ 10 milhões para Pernambuco

UFPE, UPE, IFPE, estão entre as universidades que receberão recursos do ministério. A verba deve ser utilizada para manutenção dos cursos e assistência estudantil
Publicado em 19/04/2017, às 19h22
Ministro Mendonça Filho liberou mais R$ 9 milhões para Pernambuco / Foto: Agência Brasil
Ministro Mendonça Filho liberou mais R$ 9 milhões para Pernambuco
Foto: Agência Brasil
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O Ministério da Educação (MEC) liberou quase R$ 10 milhões para instituições federais em Pernambuco. Ao todo, são R$ 9,87 milhões que beneficiarão seis unidades públicas de ensino no Estado. De acordo com o ministro Mendonça Filho, a verba será aplicada na manutenção, custeio e garantia de assistência estudantil.
Os recursos foram liberados na última terça-feira (18) e serão destinados ao Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), ao IF-Sertão, em Petrolina, à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), à Universidade do Vale do São Francisco e à Fundação Joaquim Nabuco. “Desde o início do ano, o MEC já repassou R$ 96,09 milhões para as instituições federais em Pernambuco”, lembrou o ministro Mendonça Filho.

Brasil

Ao todo, o MEC liberou R$ 199,52 milhões para instituições em todo o país. Desses, R$ 27,26 mi serão utilizados especificamente no pagamento de despesas relacionadas à assistência estudantil e R$ 138.19 mi serão repassados às universidades, incluindo repasses a hospitais utilizados pelos estudantes.
Ainda em relação ao montante liberado, a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica receberá R$ 59,73 milhões. O Ministério repassou ainda R$ 1.59 mi às unidades Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), Instituto Benjamin Constant (IBC) e Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A assessoria de imprensa de Mendonça Filho informou que, desde o início de 2017, o MEC já repassou R$ 1.9 bilhão para instituições federais de todo o Brasil.

VOTAÇÃO

Em nova tentativa, Câmara aprova urgência para projeto da reforma trabalhista

Deputados aprovaram, na noite desta quarta-feira (19), por 287 votos a 144 o regime de urgência
Publicado em 19/04/2017, às 19h48
A oposição protestou contra a nova votação do requerimento de urgência / Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A oposição protestou contra a nova votação do requerimento de urgência
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Estadão Conteúdo

Vinte e quatro horas após sofrer uma derrota em plenário, a base aliada na Câmara conseguiu aprovar o requerimento de urgência que dá celeridade à apreciação do projeto da reforma trabalhista. Embora os aliados afirmem que manterão a votação do texto na comissão especial na próxima semana, o requerimento aprovado abre brecha para que a votação seja feita diretamente no plenário.
Na terça-feira (18), o requerimento teve o apoio de apenas 230 deputados, 163 votaram contra e apenas um parlamentar se absteve Sem os 257 votos necessários, o requerimento foi rejeitado na noite anterior. Nesta quarta-feira (19), foram 287 votos a favor e 144 contra. Os partidos de oposição e o Solidariedade, que integra a base governista, orientaram voto contra o requerimento O PSB, também da base aliada, liberou a bancada a votar livremente.
Inconformados com a derrota de terça, líderes da basealiada passaram o dia articulando para garantir com que os deputados governistas dessem os votos necessários na nova votação. A leitura da votação anterior foi de que os parlamentares insatisfeitos com o governo "deram seu recado" ao derrotar o requerimento.
A oposição propôs que o novo requerimento fosse apresentado na próxima semana, mas os governistas - mesmo diante de um quórum baixo no início da votação - arriscaram. A votação dos destaques do projeto da recuperação fiscal dos Estados foi interrompida e o novo requerimento entrou na pauta.

A oposição reagiu com protestos e chegou a ocupar a mesa diretora para impedir o avanço da votação. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi comparado a seu antecessor, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que costumava repetir votações quando os projetos de seu interesse eram derrotados até que houvesse vitória de seu grupo em plenário.
"Não vamos aceitar o padrão Eduardo Cunha no plenário", disse o líder do PSOL, deputado Glauber Braga (RJ). Cartazes foram erguidos por opositores no plenário com os dizeres: "Cunha de novo não" e "Método Cunha não".

O temor da oposição

Com a pressa do governo em colocar a matéria em votação, a oposição teme que o projeto nem sequer passe pelo crivo da comissão especial. "É inaceitável que o plenário examine essa matéria de forma açodada", reclamou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). "Essa sessão é nula. Não havia condições regimentais para o presidente colocar em votação a mesma matéria", concordou Paulo Teixeira (PT-SP).
Coube ao líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), cobrar "responsabilidade" dos parlamentares em votar as reformas propostas pelo governo, mesmo diante da crise política deflagrada pela Operação Lava Jato. Ele negou que o governo esteja propondo reformas "às escuras" e disse que a reforma em debate visava modernizar as relações de trabalho. "Essa reforma trabalhista tem a obrigação de fazer com que possamos aqui gerar competitividade", pregou.