segunda-feira, 14 de novembro de 2016

France Presse
14/11/2016 00h54 - Atualizado em 14/11/2016 00h54

Maduro prorroga estado de exceção pela







 5ª vez na Venezuela





Presidente acusa empresários de promoverem 'guerra econômica' no país.
População enfrenta escassez de alimentos, remédios e produtos básicos.

Da France Presse
Nicolás Maduro fala durante seu programa semanal em Caracas (Foto: Palácio Miraflores/Reuters)Nicolás Maduro fala durante seu programa semanal em Caracas (Foto: Palácio Miraflores/Reuters)
O presidente da VenezuelaNicolás Maduro, ampliou por mais 60 dias, neste domingo (13), o estado de exceção e emergência econômica em vigor desde janeiro passado.
"Procedo constitucionalmente a prorrogar o estado de exceção e emergência econômica em todo o território nacional (...) para continuar governando e enfrentando a guerra econômica, apoiando o povo", disse Maduro, em seu programa semanal de televisão.
O chefe de Estado acusa o empresariado venezuelano de executar, junto com a oposição, "uma guerra econômica" para provocar escassez de alimentos, remédios e produtos básicos, gerando insatisfação popular.
O anúncio de Maduro foi feito um dia depois de delegados do governo e da oposição terem acordado, no âmbito de uma mesa de diálogo, "priorizar" medidas para melhorar o abastecimento.
Trata-se da quinta prorrogação do estado de exceção, após as edições de março, maio, julho e setembro. Nenhuma das extensões foi validada pelo Parlamento, e sim pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

Antecipação de eleição
Maduro, descartou neste domingo (13) a possibilidade de negociar uma antecipação das eleições, ou a reativação de um referendo revogatório, no diálogo em curso com a oposição. "Saída eleitoral? Saída para onde? (...) Que ninguém fique obcecado com processos eleitorais que não estão na Constituição", advertiu Maduro.
Ele garantiu que a mesa de diálogo "vai bem", após os primeiros acordos firmados por ambas as partes no sábado (12), mas acusou a oposição de desvirtuar seu conteúdo. Um dos negociadores da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Carlos Ocariz, disse que a coalizão se manterá no diálogo "até obter o mais importante: eleições nacionais e referendo revogatório".
Maduro ironizou a declaração. "A MUD continuará na mesa até conseguir a saída eleitoral. Me alegra muito que a MUD vá continuar na mesa de diálogo até dezembro de 2018", afirmou, referindo-se à data prevista para a próxima eleição presidencial.
O processo para a realização do referendo contra Maduro foi suspenso em 20 de outubro passado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Pedido a Obama
O presidente da Venezuela também fez um apelo a Barack Obama, neste domingo (13), para que revogue o decreto que classifica seu governo como uma "ameaça" antes de entregar o poder ao republicano Donald Trump no início do ano que vem.
"Aspiro a que (o presidente) Barack Obama corrija antes de finalizar seu governo e derrogue o decreto que considera a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança dos Estados Unidos", declarou Maduro, em seu programa semanal de televisão.
"Senhor Obama, você pode ganhar o respeito e a confiança da Venezuela", acrescentou.
Washington declarou a Venezuela como uma "ameaça" em 2015, sendo mais um capítulo nas tensas relações bilaterais desde o governo do falecido Hugo Chávez (1999-2013).
Maduro disse que, nos próximos dias, conversará com o secretário de Estado americano, John Kerry, para lhe pedir que "diga a Barack Obama que derrogue o decreto contra a Venezuela antes de deixar o poder", em 20 de janeiro próximo.
"Eu já mandei três cartas para Obama e ainda não me respondeu", acrescentou.
13/11/2016 22h37 - Atualizado em 13/11/2016 22h50

Na TV, Trump confirma muro e diz que 







pode pedir conselhos a Bill Clinton



Primeira entrevista após eleição foi concedida ao ’60 Minutes’, da CBS
Presidente eleito também falou sobre Obamacare, deportações e Hillary.

Do G1, em São Paulo
Donald Trump concede entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS, ao lado da mulher, Melania, e de seus filhos Tiffany, Donald Jr., Eric e Ivanka (Foto: Reprodução/Youtube/CBS Evening News)Donald Trump concede entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS, ao lado da mulher, Melania, e de seus filhos Tiffany, Donald Jr., Eric e Ivanka (Foto: Reprodução/Youtube/CBS Evening News)
Em sua primeira entrevista após ser eleito presidente dos EUA, Donald Trump voltou a afirmar no domingo (13) que irá construir um muro na fronteira com o México e estimou em até 3 milhões o número de pessoas que podem ser inicialmente deportadas do país.
Mas o republicano abrandou um pouco o discurso em relação ao sistema de saúde do atual presidente, e também aproveitou para elogiar enfaticamente sua adversária, a democrata Hillary Clinton, e o marido dela, o ex-presidente Bill Clinton.

Ao lado da mulher, Melania, e de seus quatro filhos mais velhos, Donald Jr., Eric, Ivanka e Tiffany, ele concedeu a entrevista à jornalista Lesley Stahl, para o programa 60 Minutes, da CBS. A gravação aconteceu na sexta-feira, na cobertura de Trump, em Nova York.

Ao ser perguntado pela entrevistadora se aceitaria uma cerca no lugar do muro na fronteira com o México, já que esta seria a versão debatida pelo Partido Republicano no Congresso, ele afirmou que sim, em partes. “Para algumas áreas eu aceitaria, mas para outras um muro é o mais apropriado”.

Ele então falou sobre os processos de deportação. Durante a campanha eleitoral, Trump chegou a dizer que deportaria todos os imigrantes ilegais, cerca de 11 milhões de pessoas, e que depois permitiria que “boas pessoas” retornassem legalmente aos Estados Unidos.

Na entrevista ele reduziu bastante a cifra, ao dizer que o foco inicial serão pessoas com históricos de crime. "O que iremos fazer é pegar essa gente que é criminosa e tem fichas criminais, membros de gangues, traficantes, temos muitas dessas pessoas, provavelmente dois milhões, talvez três milhões. Vamos tirá-los do nosso país ou prendê-los. Mas vamos tirá-los de nosso país, eles estão aqui ilegalmente. Depois que as fronteiras estiverem seguras e que tudo se normalizar, vamos cuidar das pessoas de quem você está falando. Que são pessoas incríveis. Mas, antes de fazer isso, é muito importante tornar as fronteiras seguras”, afirmou.

Outro ponto marcante na campanha foi sua promessa de “revogar e substituir imediatamente” o Obamacare. Na entrevista, porém, ele admitiu que estuda manter parte das coberturas, porque “elas são a parte mais forte” do programa. Quando perguntado se isso seria aplicado a pessoas com condições pré-existentes, ele confirmou e incluiu também filhos de até 26 anos que moram com os pais. “Isso acrescenta custos, mas é algo que tentaremos muito manter”.

Trump também tranquilizou aqueles que poderiam ficar sem cobertura entre a revogação do Obamacare e a instauração de seu substituto, sobre o qual não forneceu detalhes. Segundo o presidente eleito, não haverá um intervalo que deixe pessoas desamparadas. “Vamos fazer isso simultaneamente, elas ficarão bem. É isso que eu faço, faço um bom trabalho. Sei como fazer as coisas”, disse. “E será um ótimo sistema de saúde, por muito menos dinheiro”.
Donald Trump disse ainda que o Twitter é uma ferramenta muito eficiente para "espalhar a palavra" e que certamente contribuiu para sua vitória na eleição. Ele garantiu, porém, que será "muito restrito" após assumir a presidência e que talvez não poste muitas coisas.
Obama
Sobre o encontro com o presidente Barack Obama, Trump revelou que eles conversaram muito sobre o Oriente Médio e que esse foi o principal assunto a transformar uma reunião prevista para durar 15 minutos em um diálogo de uma hora e meia.

"Eu queria ouvir sua opinião completa e consegui, obtive grande parte da avaliação dele... e gostei disso porque vou herdar essa situação em breve. Achei ele magnífico. Achei ele... muito esperto e muito agradável. Grande senso de humor, na medida que você pode ter senso de humor quando fala de assuntos sérios", elogiou.
O novo presidente disse ainda que o fato de ambos terem trocado palavras pouco elogiosas durante a campanha não foi comentado e não criou um clima estranho ou constrangedor entre eles. "Nunca discutimos isso. Eu disse coisas terríveis sobre ele e ele sobre mim. Nós jamais discutimos o que dissemos um sobre o outro... vou ser honesto, do meu ponto de vista zero, zero (constrangimento). E isso é estranho. Estou na verdade surpreso em contar isso. É, sabe, um pouco estranho", avaliou.

Clinton
Em outro trecho da conversa, ele elogiou a família Clinton, admitiu que pode pedir conselhos a Bill e falou sobre o telefonema que recebeu de Hillary concedendo que havia perdido a eleição e que ele seria o novo presidente.

“Hillary me ligou, e foi um telefonema adorável. E foi duro para ela fazer essa ligação, eu posso imaginar. Mais duro do que teria sido para mim, e para mim já teria sido muito difícil. Ela não poderia ter sido mais agradável. Disse ‘parabéns, Donald. Muito bem’ e eu disse que queria agradecer muito, ela foi uma grande competidora, ela é muito forte e muito esperta”, contou.

Trump acrescentou que Bill Clinton telefonou no dia seguinte. “Ele não poderia ter sido mais encantador. Disse que foi uma disputa incrível, uma das mais incríveis que ele já viu. Ele foi muito, muito...realmente muito legal”.

Stahl lembrou então que Trump disse que poderia telefonar para Obama e pedir conselhos. A jornalista questionou se ele faria o mesmo com Bill Clinton. “Bem, ele é um cara muito talentoso. Ambos. Quero dizer, essa é uma família muito talentosa. Certamente, eu certamente pensaria nisso”, respondeu.
Trump também afirmou que não se arrepende de nada do que disse sobre a adversária durante a campanha, mas que gostaria que as coisas tivessem sido "mais calmas". "Não posso me arrepender. Não - eu gostaria que tivesse sido mais calmo, mais agradável, gostaria talvez que fosse mais centrado na política. Mas, vou dizer uma coisa, é realmente algo de que me orgulho muito. Foi uma tremenda campanha".
Família
Melania Trump afirmou ter noção do tamanho da responsabilidade de ser primeira-dama e reafirmou que quer lutar contra o ciberbullying. A essa altura, a entrevistadora perguntou sobre os ataques de seu próprio marido no Twitter, e ela admitiu que reclama com frequência das coisas que ele escreve. "Às vezes ele me escuta, às vezes não... acho que ele me ouve. Mas no final faz o que quer. Ele é um adulto, sabe das consequências. E eu dou minha opinião. Ele pode fazer o que quiser com ela", disse.
Já os filhos de Trump comentaram o momento em que acompanhavam, ao lado do pai, a apuração e chegaram à conclusão de que ele estava eleito. "É difícil expressar em palavras a experiência da emoção quando seu pai se torna o presidente dos Estados Unidos. Sentimos um enorme orgulho, uma alegria. É incrivelmente excitante", avaliou Ivanka.
"É um momento que jamais esquecerei", acrescentou Eric. "Não acho que podemos realmente nos preparar para nosso pai se tornar presidente. Mas estavamos todos juntos, com todos aqueles que trabalharam tão duro E meu pai tinha trabalhado tão duro. É realmente muito inspirador", opinou Tiffany.
14/11/2016 05h00 - Atualizado em 14/11/2016 05h00

Senado deve votar nesta semana 







reabertura do prazo para repatriação



Projeto prevê retomar programa em 2017; adesão terminou em outubro.
Renan e Romero Jucá estimam R$ 30 bilhões arrecadados com nova etapa.

Gustavo Garcia, Bernardo Caram e Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
O plenário do Senado deverá votar nesta semana um projeto apresentado pela Mesa Diretora que reabre o prazo para o brasileiro que mantém recursos no exterior não declarados regularizar sua situação junto à Receita Federal, a chamada repatriação, em 2017.

No último dia 31, terminou o prazo de adesão ao programa. Segundo balanço divulgado pela Receita, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões, referentes a multas e impostos recolhidos.
Pela proposta, o prazo da nova etapa da repatriação será de 1º de fevereiro a 30 de junho de 2017.

Existe, contudo, a possibilidade de o prazo terminar antes, possivelmente na primeira quinzena de março, a pedido do Ministério do Planejamento.

Pelas regras vigentes, o contribuinte que aderiu ao programa até 31 de outubro teve de pagar 15% do valor em imposto de renda e mais 15%, como multa. Na proposta em análise no Senado, porém, as duas alíquotas passarão para 17,5%.

Políticos e familiares
Na primeira etapa do programa, políticos e seus parentes não puderam aderir à repatriação. Nos bastidores, porém, parlamentares articulam incluir essa possibilidade quando o programa for reaberto, em 2017.

O relator da proposta, senador Romero Jucá (PMDB-RR), já disse, na semana passada, ser contrário à possibilidade de políticos participarem do programa de regularização. O peemedebista, contudo, avaliou ser necessário debater o caso de familiares.

Jucá e Renan Calheiros estimam que, com a nova etapa do programa, o governo poderá arrecadar mais R$ 30 bilhões.

Câmara
No plenário da Câmara, está prevista para esta semana a votação do projeto de lei que reestabelece um pente-fino no INSS e altera regras de concessão dos benefícios previdenciários, proposta pelo presidente Michel Temer.

A proposta foi enviada pelo governo em substituição a uma medida provisória que tratava do mesmo tema, mas perdeu validade por não ter sido votada a tempo.

Além disso, a comissão especial que analisa um conjunto de medidas de combate à corrupção deverá discutir o parecer do relator, Onyx Lorenzoni (DEM-RJ). Pontos do texto provocaram polêmica, como a criminalização da prática de caixa dois, que, segundo partidos de oposição, poderia anistiar quem já cometeu a infração.

Outra comissão da Câmara, a que analisa itens da reforma política, deverá ter sua primeira reunião nesta semana, com a discussão de temas considerados menos polêmicos, como regras para as pré-campanhas e revisão de normas de pesquisas eleitorais.

Jantar no Alvorada
Ainda nesta semana, está previsto, para esta quarta (16), um jantar no Palácio da Alvorada oferecido pelo presidente Michel Temer a senadores da base aliada. O objetivo do encontro é pedir o apoio dos parlamentares à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto para os gastos públicos.

A PEC já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e deverá ser analisada em plenário, em primeiro turno, no próximo dia 29 e, em segundo, em 13 de dezembro.
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