segunda-feira, 14 de novembro de 2016

14/11/2016 05h00 - Atualizado em 14/11/2016 05h00

Reajustes de Temer ao funcionalismo aumentam pressão de outras carreiras

Categorias que ainda não foram contempladas fecham o cerco ao governo.
Presidente da Câmara advertiu que a Casa não aprovará novos reajustes.

Vitor Matos*Do G1, em Brasília
O presidente Michel Temer e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, conversam durante cerimônia de lançamento do programa Criança Feliz no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Evaristo Sá/AFP)Michel Temer (esq) terá de administrar as reindicações de parte do funcionalismo federal por reajustes nos salários. Na foto, o presidente conversa com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante cerimônia de lançamento do programa Criança Feliz no Palácio do Planalto (Foto: Evaristo Sá/AFP)
Em meio à polêmica tentativa de limitar os gastos da União pelas próximas duas décadas, o governo Michel Temer deve conceder novos reajustes a servidores federais até o fim do ano. A divergência entre o discurso de ajuste fiscal e a abertura dos cofres públicos para categorias específicas tem mobilizado servidores que ainda não foram contemplados com reajustes, que prometem pressionar o Palácio do Planalto nos próximos meses.
Temer assumiu interinamente a Presidência em 12 de maio, quando o Senado decidiu afastar Dilma Rousseff temporariamente do comando do país para julgá-la por crime de responsabilidade no processo de impeachment. Em 31 de agosto, ele foi efetivado no cargo depois que a petista foi destituída do Planalto.
Entre os meses de julho e agosto, quando ainda era interino, o peemedebista sancionou reajustes para várias categorias, entre as quais as de servidores do Judiciário, do Ministério Público da União, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia-Geral da União (AGU), do Banco Central, de agências reguladoras e de militares das Forças Armadas.
Esses reajustes devem impactar em cerca de R$ 50 bilhões os cofres da União nos próximos quatro anos. O governo, entretanto, justifica que o aumentos estavam previstos no Orçamento e foram negociados com as categorias pela gestão petista, antes mesmo da chegada de Temer ao Planalto.
Após assumir a Presidência, o peemedebista apostou em um teto para os gastos públicos federais como principal medida para reequilibrar as finanças da União. Para isso, investiu parte de seu capital político para tentar aprovar noCongresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que irá limitar, nos próximos 20 anos, as despesas federais à inflação do ano anterior.
A PEC, que já foi aprovada em dois turnos pela Câmara e agora está sob análise do Senado, se tornou a principal bandeira da oposição contra o governo Temer e serviu de combustível para movimentos sociais e estudantis protestarem contra a gestão peemedebista.
Apesar do discurso do governo de contenção de despesas, a Câmara aprovou recentemente projeto de autoria do Planalto para reajustar os salários de servidores da Polícia Federal (PF), daPolícia Rodoviária Federal (PRF), de peritos federais agrários e de servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit).
Além disso, os deputados também aprovaram, em uma comissão especial, o texto-base da proposta que concede aumentos nos vencimentos das carreiras da Receita Federal, que têm alguns dos salários mais altos do funcionalismo. Por ser terminativo, o projeto deverá seguir direto para o Senado, a não ser que algum parlamentar apresente recurso solicitando que o texto seja submetido ao plenário da Câmara.
Pela proposta aprovada na comissão, o salário base de um auditor fiscal da Receita será reajustado, de maneira gradativa, dos atuais R$ 15,7 mil para R$ 21 mil em 2019. Na classe mais alta dos auditores, o vencimento mensal, sem contar o bônus, passará de R$ 22,5 mil para R$ 27,3 mil.
No caso dos analistas tributários, os menores salários irão de R$ 9,3 mil neste ano para R$ 11,7 mil em 2019. Os postos mais altos dessa carreira terão reajuste de R$ 13,4 mil para R$ 16,3 mil.
O texto que aumenta os vencimentos dos servidores da Receita foi enviado ao Congresso em julho por Temer. Na justificativa do projeto, o governo argumentou que, diante do cenário de ajuste fiscal, o Fisco é capaz de impactar diretamente no Orçamento da União, aumentando a arrecadação tributária.
Os dois projetos ainda precisam passar pelo Senado antes de virarem lei. Nas contas do governo, os reajustes que estão para ser aprovados pelos congressistas impactariam as finanças federais em R$ 2,6 bilhões em 2017, ano em que começariam a ser pagos. O Ministério do Planejamento afirma que esses gastos já estão previstos no Orçamento do ano que vem.
Bônus de eficiência
Além de aprovarem na comissão especial o reajuste nos salários dos servidores da área fiscal e a criação de um bônus de eficiência – como havia proposto o governo federal – os deputados também estenderam essa gratificação extra a outras categorias do funcionalismo.
O texto enviado ao Congresso pelo governo previa o pagamento do bônus aos auditores fiscais e aos analistas tributários. No entanto, ao apresentar parecer na comissão especial, o relator do projeto, deputado Wellington Roberto (PR-PB), expandiu o pagamento da gratificação aos técnicos e analistas-técnicos da Receita e aos servidores do Plano Especial de Cargos do Ministério da Fazenda em exercício na Receita.
O relatório do parlamentar paraibano aprovado pelo colegiado prevê que a base de cálculo do bônus será a arrecadação de tributos, de multas e de bens apreendidos que forem vendidos. Sendo assim, quanto maior a arrecadação de impostos e de multas, maior será o bônus pago aos servidores.
Na última quinta-feira (10), o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, reclamou do fato de a gratificação ter sido ampliada pela Câmara para outras carreiras. Ele advertiu que a despesa não estava prevista no projeto original e nas contas do governo.
“Incorporação de outras carreiras no bônus não estava prevista e não há previsão orçamentária para isso. Nós ainda avaliaremos a questão, mas, em princípio, não há nossa concordância”, ressaltou o titular do Planejamento.
O presidente Michel Temer (dir.), ao cumprimentar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante coquetel (Foto: Reprodução/Twitter do Palácio do Planalto)Rodrigo Maia advertiu que a Câmara não aprovará novos reajustes a servidores neste ano (Foto: Reprodução/Twitter do Palácio do Planalto)
Porteira fechada
Aliado do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na semana passada que os reajustes aos servidores da PF, da PRF, de peritos federais agrários e do Dnit e da Receita Federal serão os últimos que a Casa vai aprovar neste ano.
Segundo Maia, qualquer nova folga de orçamento deverá ser usada para outras finalidades, como ajudar financeiramente estados e municípios, que passam atualmente por uma profunda crise econômica por conta de excesso de gastos e queda nas receitas.
“Foram os dois últimos projetos. Não haverá mais nenhum tipo de aumento que será aprovado pela Câmara dos Deputados”, advertiu o deputado do DEM na última quarta (9).
“Já avisei ao governo que qualquer outro aumento que for enviado neste momento, acho que vai ficar parado”, completou.
  •  
Foram os dois últimos projetos. Não haverá mais nenhum tipo de aumento que será aprovado pela Câmara dos Deputados. [...] Já avisei ao governo que qualquer outro aumento que for enviado neste momento, acho que vai ficar parado"
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara
A declaração do presidente da Câmara contraria os interesses de categorias que fazem pressão para também serem beneficiadas com aumentos de salários em 2017.
É o caso dos médicos peritos do INSS. A categoria argumenta que havia fechado acordo com a gestão Dilma, no início do ano, para ter os salários reajustados. Os médicos peritos, contudo, reclamam que o novo governo não enviou ao Congresso nenhuma proposta de reajuste para contemplá-los, como havia sido acertado.
A Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) informou ao G1 que tem mantido as negociações salariais com o governo federal, mas ressaltou que está preocupada com o atraso no envio ao Congresso do projeto de reajuste. A entidade ressaltou que, conforme o que havia sido combinado com a gestão petista, o aumento já deveria estar sendo pago desde agosto.
A queixa é compartilhada pelos auditores do trabalho, que também cobram aumento em seus vencimentos. Subordinada ao Ministério do Trabalho, a categoria é responsável pela fiscalização do cumprimento da legislação trabalhista na áreas de segurança e saúde do trabalhador.
O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Silva, ressaltou ao G1 que os servidores da categoria estão em greve desde agosto. Segundo ele, os funcionários aguardam o envio ao Legislativo, por parte do Palácio do Planalto, de projeto de lei autorizando reajuste para a carreira.
Em 2015, os auditores do trabalho fizeram uma greve que durou sete meses. A paralisação só se encerrou em março deste ano, depois que o governo anterior se comprometeu a enviar ao parlamento uma proposta de reajuste para a categoria. O acordo previa aumento de 21,3% nos salários, mais pagamento de bônus de eficiência, negociação parecida com a que foi fechada com os funcionários da Receita.
Para pressionar Temer a cumprir o acordo fechado pela antecessora, os auditores do trabalho reduziram a prestação de serviços, como o plantão de orientação à população. As únicas atividades mantidas pelos servidores envolvem casos de risco de acidentes para os trabalhadores e denúncias de salários não pagos.
"A fala do Rodrigo Maia é um absurdo porque desrespeita uma categoria que, por mais de um ano, negociou legitimamente com o governo. Não desmerecemos a situação dos estados, mas o governo está nos enrolando", declarou o presidente do Sinait.
Servidores do Itamaraty durante protesto por reajuste salariam em Brasília nesta sexta-feira (9) (Foto: Gabriel Luiz/G1)Servidores do Itamaraty durante protesto, em Brasília, por reajuste salarial (Foto: Gabriel Luiz/G1)
Itamaraty
Os servidores do Ministério das Relações Exteriores também têm demonstrado insatisfação com os salários pagos pelo governo à categoria. Os funcionários do Itamaraty organizaram vários protestos ao longo do ano cobrando reajustes nos vencimentos, mas ainda não conseguiram fechar um acordo com o governo.
A categoria cobra equiparação salarial com outras carreiras do Executivo, como policiais federais, analistas tributários e agentes de inteligência.
A presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), Suellen Paz, disse ao G1 que os servidores manterão os esforços para sensibilizar os parlamentares a aprovar o projeto que prevê reajuste de 27,9% nos salários da categoria, ainda que tenham de abrir mão de parte do percentual.
A dirigente da entidade que representa os servidores do Itamaraty vê com desconfiança a ameaça de Rodrigo Maia de fechar as porteiras para novos aumentos salariais. Na visão dela, é "pouco provável" que o Legislativo barre nos reajustes para o funcionalismo.
"Acho pouco provável que isso se efetive na prática, pois restam somente cinco projetos deste tipo. Vai ser muito difícil que o governo não conceda os reajustes", ponderou Suellen Paz.
Procurada pelo G1, a assessoria do Palácio do Planalto afirmou que a Presidência da República está “analisando os pedidos de reajuste salariais "caso a caso" e tem conversado com os ministros de cada área.
* Colaboraram Gustavo Garcia e Sara Resende

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Depreciação

Petrobras tem prejuízo de R$ 16,5 bilhões no terceiro trimestre

Publicado em 10/11/2016 , às 19 h39
AFP
A petroleira informou que não espera eventos dessa magnitude nos próximos trimestres / Foto: Agência Petrobras
A petroleira informou que não espera eventos dessa magnitude nos próximos trimestresFoto: Agência Petrobras
A Petrobras registrou perdas de R$ 16,458 bilhões no terceiro trimestre de 2016, devido a uma depreciação contável extraordinária, informou a companhia nesta quinta-feira. 
"Isto teve um impacto muito importante no resultado final da empresa este trimestre", informou Ivan Monteiro, diretor de Finanças e Relações com Investidores, durante a apresentação dos resultados.
A petroleira informou que não espera eventos dessa magnitude nos próximos trimestres. 
A Petrobras está no centro do escândalo de corrupção investigado na operação Lava Jato, que contribuiu para a queda da presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo em agosto após um processo de impeachment.

Investigação

Investigações revelaram um esquema de corrupção entre executivos da empresa, empreiteiras e políticos, que drenou bilhões de reais da companhia em uma década.
As perdas anunciadas nesta quinta-feira foram uma surpresa, após a companhia ter voltado a ser lucrativa no segundo trimestre deste ano.
fonte ne10
10/11/2016 19h44 - Atualizado em 11/11/2016 07h07

Teori autoriza inquérito para investigar Andres Sanchez na Lava Jato

Operação investiga suposta propina em construção de estádio em SP.
Defesa diz desconhecer teor da decisão mas nega recebimento de propina.

Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília
O deputado federal do PT-SP e ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)O deputado federal do PT-SP e ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou a abertura de um inquérito para investigar o deputado federal Andres Sanchez (PT-SP) na Operação Lava Jato, pelo crime de corrupção passiva.

O inquérito foi cadastrado no sistema do STF nesta quinta-feira (10), mas não há detalhes sobre a investigação, que tramita em segredo de Justiça.
A defesa do deputado afirmou que desconhece o teor da decisão do ministro. Disse ainda que, com base no que vem sendo discutido através da imprensa, em relação a  uma suposta doação de R$ 500 mil, o deputado já se manifestou negando ter recebido qualquer recurso.

Com o novo inquérito, passam a ser 42 investigações da Lava Jato no Supremo e mais duas ações penais abertas. Ao todo, no STF, são 110 investigados, dos quais 42 parlamentares – 29 deputados federais e 13 senadores.

Arena Corinthians
No Paraná, a Operação Lava Jato investiga o suposto pagamento de propina de R$ 500 mil relacionada à construção da Arena Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.

O vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, chegou a ser alvo de uma condução coercitiva na 26ª fase da Lava Jato, em março, na qual uma pessoa é levada a depor, mesmo contra a sua vontade.

A apuração foi iniciada em razão de uma  planilha apreendida pelos investigadores em poder de Maria Lúcia Guimarães Tavares, apontada pela Lava Jato como uma das funcionárias da Odebrecht responsável pela gestão de propinas pagas pela empresa.
11/11/2016 06h52 - Atualizado em 11/11/2016 07h13

Manifestantes fecham vias em SP em 





protesto contra PEC dos gastos



A Rodovia Anchieta foi totalmente bloqueada no km 23, sentido SP.
Protestos são do MTST, que coordena ainda greve em serviços de ônibus.

Do G1 São Paulo
Manifestantes fecham a Anchieta em protesto contra PEC dos gastos públicos (Foto: Reprodução/TV Globo)Manifestantes fecham a Anchieta em protesto contra PEC dos gastos públicos (Foto: Reprodução/TV Globo)
Manifestantes fecharam avenidas e estradas nesta sexta-feira (11) na Grande São Paulo em protesto contra a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que limita os gastos públicos e é uma das bandeiras da gestão do presidente Michel Temer (PMDB). Entre as vias bloqueadas estão as rodovias Anchieta, Dutra, Régis Bittencourt e a Avenida João Dias.
A Anchieta foi totalmente bloqueada no km 23, em São Bernardo do Campo, no sentido capital paulista, por volta das 6h30. Manifestantes colocaram fogo em pneus para impedir a passagem dos motoristas. O mesmo aconteceu na Avenida João Dias, na Zona Sul de São Paulo, no mesmo horário. O bloqueio é perto do terminal de ônibus João Dias.
Também por volta das 6h30, houve bloqueio da pista expressa da Rodovia Presidente Dutra entre o km 208 e o km 210, no sentido capital. Na Régis, o protesto aconteceu em Taboão da Serra, na altura do km 272.
Os protestos são realizados pelo Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), segundo informações do Bom Dia São Paulo. O movimento coordenou ainda uma paralisação de ônibus em Guarulhos e em Sorocaba, no interior de São Paulo, onde apenas 30% da frota está rodando.
 fonte g1
11/11/2016 06h35 - Atualizado em 11/11/2016 06h58

PF realiza 2ª fase de operação contra 





grupo de extermínio formado por PMs




Suspeita é de que haja mais de cem vítimas; são 39 mandados de prisão.
Entre alvos estão membros do atual comando da PM de Goiás e advogados.

Do G1 DF
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (11) a segunda fase da Operação Sexto Mandamento, que investiga um grupo de extermínio formado por policiais militares, a maioria de Goiás. A suspeita é de que o grupo tenha feito mais de cem vítimas. Ao todo, são cumpridos 39 mandados de prisão – 11 deles contra PMs. Entre os alvos estão membros do atual comando da Polícia Militar de Goiás e advogados.
A primeira fase da operação ocorreu em 2011, depois de um ano de investigação. Entre as vítimas estavam crianças, adolescentes e mulheres sem qualquer envolvimento com crimes.
Na época, 19 PMs foram presos, incluindo o tenente-coronel Ricardo Rocha. Preso por quatro meses, o policial foi solto no mesmo ano e passou a atuar na área administrativa. Em 2014, ele foi a júri popular pela morte de Marcelo Coka da Silva, ocorrida dez anos antes.
Segundo as investigações, o grupo tinha como principal atividade a prática habitual de homicídios com a simulação de que os crimes haviam sido praticados em confrontos com as vítimas. Alguns dos crimes foram praticados durante o horário de serviço e com uso de carros da PM, de maneira clandestina e sem qualquer motivação, de acordo com a Polícia Federal.